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Prefeita de Bogotá é criticada por denunciar violência de ‘minoria’ de venezuelanos

Claudia López, prefeita de Bogotá afp_tickers

A prefeita de Bogotá, Claudia López, denunciou nesta quinta-feira (11) que uma “minoria” de venezuelanos está perturbando gravemente a segurança na cidade e condenou o governo pela falta de garantias para os colombianos diante do fenômeno de migração em massa.

Suas declarações foram mal recebidas por políticos e funcionários, que as consideraram xenófobas. A controvérsia ocorre quando o governo avança em um plano para regularizar quase um milhão de imigrantes ilegais, que chegaram da Venezuela fugindo da crise em seu país.

López criticou atos de violência que, segundo ela, são provocados por alguns migrantes após o assassinato na quarta-feira de um policial de 24 anos nas mãos de um venezuelano no norte da capital, durante uma revista. O agressor morreu na troca de tiros e seu cúmplice, também venezuelano, foi capturado, segundo as autoridades.

“Logicamente, a maioria dos migrantes é de gente humilde, fugindo de uma ditadura, mas (…) os fatos demonstram que uma minoria de migrantes venezuelanos, profundamente violentos (…) é um fator de insegurança enorme na nossa cidade”, disse a prefeita durante homenagem ao policial.

Acompanhada de comandantes da Polícia, López assegurou que o assassinato do patrulheiro Edwin Caro não é um “caso excepcional”.

“Respeitamos as políticas do governo nacional, mas se oferece tudo aos migrantes venezuelanos e aos colombianos, o que se oferece? Que garantias temos de que não haverá uma concorrência desleal por seus empregos, especialmente para a gente humilde, de que não se aproveitem da generosidade do governo da Colômbia para agredir cidadãos colombianos?”, questionou.

Segundo a Migração Colômbia, pouco menos de 1,8% dos 97.000 detentos no país são venezuelanos.

“O crime não tem passaporte e a criminalidade deve ser evitada e perseguida sem atenção à nacionalidade”, disse nesta quinta-feira o diretor do organismo, Juan Francisco Espinosa, em um comunicado.

O funcionário também defendeu a regularização em massa, que permitirá, segundo ele, “identificar plenamente” a população migrante e processá-la caso cometa algum crime. No ano passado, 1.200 venezuelanos foram expulsos do território colombiano.

A Colômbia, que no passado viu milhões de seus cidadãos migrarem para países como a Venezuela por causa da violência que ainda persiste devido ao conflito interno, recebeu mais de 1,7 milhão dos 5,4 milhões de venezuelanos que emigraram desde 2015, segundo cifras da ONU.

O governo do presidente Iván Duque, que foi aplaudido internacionalmente pela decisão de dar refúgio temporário a estrangeiros, respondeu em termos duros à prefeita.

“Ao invés de culpar os venezuelanos por xenofobia, devemos desenhar programas sociais de trabalho para incorporá-los profissionalmente”, escreveu no Twitter a vice-presidente Marta Lucía Ramírez.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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