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Presidente inicia ‘diálogo social’ em uma Colômbia sacudida por protestos

O presidente colombiano, Ivan Duque (D) durante um ato de graduação de cadetes da polícia nacional em Bogotá em 7 de novembro de 2019 afp_tickers

O presidente colombiano, Iván Duque, liderou no domingo o primeiro “diálogo social” que convocou após os protestos contra seu governo, que já somam quatro dias, informou a presidência.

Às 15h locais, o presidente iniciou na Casa de Nariño “o diálogo social com os prefeitos eleitos no país”, que assumirão em janeiro, assinala o comunicado. Participaram do encontro 24 futuros governantes de capitais de departamentos, entre eles os de Bogotá, Cali e Medellín, epicentros dos protestos recentes. Não foi informado se eles compareceram ao local ou participaram do diálogo à distância.

O presidente direitista expôs “os avanços e desafios de seu governo” e ouviu a posição dos prefeitos em temas como educação, saúde, paz e infraestrutura. “Avaliamos a conjuntura e necessidades urgentes de municípios e cidades, e seus projetos”, acrescentou Duque no Twitter, sem citar as reclamações dos manifestantes.

“O diálogo que queria começar com a Colômbia, queria começar com vocês, porque vocês têm um mandato claro e novo, que responde aos anseios dos cidadãos”, afirmou o presidente aos prefeitos.

Durante os encontros, que foram antecipados em três dias, enquanto continuam os protestos contra o governo central, devem ser abordados temas como educação, saúde, infraestrutura, paz, meio ambiente e luta contra o narcotráfico e a corrupção, de acordo com a presidência.

“O objetivo mais importante que temos pela frente é a construção de uma Colômbia justa, uma Colômbia que feche as brechas sociais”, completou o presidente, em meio aos protestos contra suas políticas sociais, econômicas e de segurança.

Duque, que na quinta-feira enfrentou as maiores manifestações no país nos últimos anos, nomeou o diretor do Departamento Administrativo da Presidência, Diego Molano, como coordenador nacional das negociações.

Molano explicou que até 15 de março os colombianos poderão apresentar propostas em “espaços de participação” que devem abordar cinco temas, que coincidem com algumas das reivindicações dos manifestantes: crescimento com equidade da economia, combate à corrupção, fortalecimento da educação pública, paz e meio ambiente.

Duque convocou uma “conversa nacional” na sexta-feira, um dia após as violentas manifestações em Bogotá, mas não convidou diretamente os promotores dos protestos de 21 de novembro. Ele disse que as conversações discutirão “reformas” sobre sua política social.

Também no domingo, manifestantes convocaram a manutenção dos panelaços e protestos contra Duque em Bogotá, Medellín e Cali.

O descontentamento contra Duque tem várias queixas. As centrais sindicais rejeitam as supostas iniciativas do governo para flexibilizar o mercado de trabalho e as pensões. Os estudantes exigem mais recursos para a educação pública e os indígenas exigem proteção após o assassinato de dezenas deles desde que Duque assumiu o poder em agosto de 2018.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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