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Quase 300 milhões de idosos são excluídos dos cuidados de longa duração

Mais da metade da população mundial com idade a partir de 65 anos, o que representa quase 300 milhões de pessoas, está excluída dos cuidados de longa duração (CLD) afp_tickers

Mais da metade da população mundial com idade a partir de 65 anos, o que representa quase 300 milhões de pessoas, está excluída dos cuidados de longa duração (CLD), adverte um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A exclusão é motivada pela falta de cobertura social para financiar o atendimento aos idosos e pela carência de funcionários especializados, afirma o documento.

O estudo “A proteção dos CLD para as pessoas idosas: Uma análise dos déficits de cobertura em 46 países” envolve 80% da população mundial de 65 anos ou mais.

“Faltam 13,6 milhões de profissionais neste setor em escala mundial”, destaca o relatório.

“A situação é agravada por uma falta absoluta de cobertura de CLD na maioria dos sistemas de previdência social”, afirma XeniaScheil-Adlung, coordenadora de Políticas de Saúde da OIT e autora do estudo.

“Apenas 5,6% da população mundial vive em países que oferecem cobertura universal dos cuidados de longa duração”, completou a especialista da OIT.

“Esta situação deplorável se reflete no nível muito reduzido do gasto público em CLD que, na média, equivale a menos de 1% do PIB em escala mundial”, explicou.

“O menor gasto público é registrado na África, onde muitos países investem 0% do PIB em CLD”, destacou Xenia Scheil-Adlung.

Na América Latina, os países com maior déficit na cobertura dos CLD são Brasil, Argentina, Colômbia e México.

O estudo afirma que “a falta de atenção para as necessidades de CLD evidencia a discriminação por razões de gênero e idade”.

O relatório menciona um “medo irracional expressado pela opinião pública dominante, segundo a qual os CLD não podem ser financiados publicamente, e não leva em consideração as vantagens de investir nos CLD em termos de criação de empregos e de bem-estar da população”.

O estudo propõe três medidas principais para mudar a situação: “garantir a proteção universal dos CLD, financiar por meio dos regimes nacionais de previdência social ou dos impostos e aumentar a força de trabalho dos CLD”, criando assim um grande número de empregos que são necessários com urgência.

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