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Recontagem de votos definirá o presidente do Uruguai

O candidato à presidência do Uruguai pelo partido esquerdista Frente Amplio, Daniel Martínez, e sua candidata a vice-presidente, Graciela Villar, cumprimentam depois de conhecer os primeiros resultados das eleições em Montevidéu afp_tickers

A diferença entre os dois candidatos à presidência que participaram no segundo turno da votação de domingo no Uruguai é tão estreita em relação aos votos “observados ou duvidosos” que será necessário esperar que o Tribunal Eleitoral realize uma recontagem de praxe.

O presidente do Tribunal Eleitoral, José Arocena, antecipou, em entrevista com a AFP, que os resultados da disputa entre Luis Lacalle Pou (Partido Nacional, centro-direita) e Daniel Martínez (Frente Amplio, governo, esquerda) não seriam resolvidos na apuração da noite de domingo, mas com a recontagem, que sempre começa dois dias após o final do dia das eleições no Uruguai.

A primeira apuração deu 48,71% dos votos a Lacalle Pou e 47,51% a Martínez.

Após uma pausa nesta segunda-feira, os funcionários do Tribunal Eleitoral iniciarão um exame secundário da votação na terça-feira em cada um dos 19 departamentos (províncias) em que o Uruguai está dividido.

A diferença entre os dois candidatos é de cerca de 30.000 votos, portanto a recontagem dos chamados votos “observados” será decisiva, o que ocorre quando os eleitores votam em seções a que não pertencem a eles ou não aparecem no registro, neste caso, cerca de 35.000 cédulas.

A Lei 13.882, de 1970, estabelece em seu quinto artigo que, nesses casos, a pessoa pode votar, mas o Tribunal deve cadastrá-la novamente no registro de eleitores, para que sua votação seja considerada válida.

O cenário é adverso para Martínez. Tendo sido apuradas 100% das mesas, o candidato de 62 anos precisa receber 91% dos votos observados, segundo a consultoria Enia, que analisa as estatísticas de votação.

Além disso, os delegados dos partidos que participam das contagens departamentais podem solicitar ao órgão eleitoral que considere uma votação que foi anulada por qualquer anomalia, como uma votação em mau estado, por exemplo.

No primeiro turno eleitoral de outubro, os votos anulados que foram finalmente contados mal chegaram a 1.700, um número que não afetava o resultado das eleições, disse Federico Comesaña, diretor da Enia, à AFP.

A recontagem começará nesta terça-feira e durará no máximo até sexta-feira, disse Arocena.

Essa recontagem final determinará oficialmente o vencedor da disputada.

Enquanto Lacalle Pou considerou o resultado “irreversível”, Martinez disse que aguardará os resultados oficiais.

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