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Sepultados no Equador corpos de equipe de imprensa assassinada na Colômbia

Familiares e amigos em velório dos três funcionários do jornal "El Comercio" assassinados na Colômbia, na Igreja La Dolorosa de Quito, em 29 de junho de 2018 afp_tickers

Familiares e amigos sepultaram nesta sexta-feira (29) os restos mortais dos três membros da equipe jornalística do jornal “El Comercio” do Equador, cujo assassinato em cativeiro executado por rebeldes dissidentes das Farc na Colômbia chocou o país.

O jornalista Javier Ortega, o fotógrafo Paúl Rivas e o motorista Efraim Segarra foram enterrados juntos em um panteão do norte de Quito, depois de várias homenagens feitas por amigos e colegas após seus corpos terem sido repatriados da Colômbia na quarta-feira.

Por Paúl, Javier e Efraín “ninguém se cansa!”, gritavam parentes e amigos dos funcionários do jornal “El Comercio” depois da última missa de corpo presente que ofereceram em sua homenagem. Em volta dos caixões, fotógrafos com suas câmeras disparavam rajadas com seus flashes.

Três meses após o sequestro, os corpos dos três equatorianos foram recuperados de uma fossa comum no meio da floresta colombiana e rodeados por minas. Sua identidade foi totalmente confirmada na segunda-feira na cidade de Cali.

Embora ainda não tenham estabelecido a data exata do crime, o governo equatoriano anunciou a morte da equipe de imprensa em 13 de abril, após a difusão de fotografias que mostravam as vítimas acorrentadas e mortas.

A descoberta dos corpos terminou com meses de ansiedade, nos quais familiares e jornalistas foram às ruas para exigir justiça, em meio a reclamações pelas informações contraditórias dadas pelos governos do Equador e da Colômbia desde o sequestro, ocorrido em 26 de março.

A equipe jornalística foi capturada por um grupo liderado pelo equatoriano Walther Arizala, ex-guerrilheiro das Farc conhecido como “Guacho”, quando faziam uma reportagem na fronteira com a Colômbia. Na região operam facções do tráfico de drogas e, desde janeiro, policiais e postos de controle foram atacados.

Os sequestradores queriam a libertação de pessoas próximas a Arizala no Equador, em troca da libertação dos reféns. Segundo os dissidentes, a negociação foi frustrada pelas operações militares.

Após o sequestro da equipe jornalística, Quito e Bogotá lançou uma caça contra Guacho, que também é acusado de ter sequestrado os equatorianos Óscar Villacís e sua companheira Katty Velasco.

Sem um comando unificado, os rebeldes dissidentes operam em áreas isoladas da Colômbia, onde disputam as rendas do tráfico de drogas e da mineração ilegal. Esses grupos seriam compostos por cerca de 1.200 combatentes.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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