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Suprema Corte da Venezuela pede extradição de dirigente opositor exiliado na Espanha

O líder opositor Leopoldo López, em coletiva de imprensa em Bogotá, em 10 de dezembro de 2020 afp_tickers

A Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela pediu nesta terça-feira (11) à Espanha a extradição do opositor Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão e exilado no país europeu há quase sete meses.

“A Câmara de Cassação Criminal do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), declarou oportuno solicitar ao Reino da Espanha a extradição ativa do cidadão Leopoldo Eduardo López Mendoza, pelo fiel cumprimento do restante de sua pena em território venezuelano, que é de oito anos, seis meses, 25 dias e 12 horas”, informou um comunicado da suprema corte.

López, um carismático ex-prefeito do município de Chacao, em Caracas, foi condenado a quase 14 anos de prisão em 2015, acusado de incitação à violência em protestos contra o governo de Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos e cerca de 3.000 feridos, no período entre fevereiro e maio de 2014.

Em 2017, recebeu sentença de prisão domiciliar, da qual foi liberado por seus guardas e participou de um fracassado levante de um grupo de soldados contra o presidente Nicolás Maduro, em 30 de abril de 2019.

Após o fracasso do levante, López refugiou-se na casa do embaixador espanhol em Caracas, Jesús Silva, onde permaneceu como hóspede até sua partida para Madri, em 24 de outubro do ano passado.

O governo de Maduro acusou então o diplomata de ser “cúmplice” da “fuga” de López e ordenou uma “profunda revisão” das relações do país com a Espanha.

Poucos dias depois da chegada de López a Madri, o governo espanhol anunciou que seria representado na Venezuela por um encarregado de negócios e não por um embaixador, ao questionar a legitimidade de Maduro.

A encarregada pela América Latina no Ministério das Relações Exteriores da Espanha, Cristina Gallach, visitou a Venezuela em março, onde se reuniu com o alto governo, assim como com membros da oposição.

Afirmou apoiar um diálogo em favor de “uma solução política para a crise no país”.

López, que mora em Madri com sua esposa, Lilian Tintori, e seus três filhos, não emitiu reação à ordem do tribunal venezuelano.

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