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Supremo rejeita pedido de procuradora contra seus juízes

O presidente da Suprema Corte da Venezuela, Maikel Moreno, no centro, durante coletiva de imprensa em Caracas, no dia 19 de maio de 2017 afp_tickers

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) rejeitou nesta sexta-feira (16) o pedido da procuradora-geral, Luisa Ortega, para julgar oito integrantes da mais alta corte do país por quebra da ordem constitucional.

O plenário do TSJ “declara que não tem cabimento o pedido de julgamento de mérito realizado pela procuradora”, destaca uma nota do TSJ.

Nas últimas duas semanas, Ortega apresentou sete ações legais contra um grupo de juízes e a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro. Quatro delas já foram rejeitadas.

“Isso demonstra que o TSJ não é uma instituição que distribui Justiça de forma imparcia. Age com clara parcialidade política, não apenas a Sala penal, que decidiu sem julgamento, como também sua Sala Constitucional e sua Sala Eleitoral”, disse à AFP o constitucionalista José Ignacio Hernández.

A decisão do Supremo foi redigida pelo presidente do TSJ, Maikel Moreno, um polêmico juiz ligado a Maduro.

Apesar de o Supremo ter barrado outras ações legais contra a convocação da Constituinte, Ortega entrou na véspera com três recursos no TSJ para impedir a eleição dos constituintes, prevista para 30 de julho.

A procuradora-geral, uma chavista histórica hoje transformada na maior adversária de Maduro, argumenta que apenas o presidente pode propor uma Constituinte, mas “tal iniciativa precisa ser submetida ao aval” dos venezuelanos por meio de um referendo.

Na quarta-feira (14), o TSJ rejeitou um recurso de Ortega para impugnar a nomeação de 33 de seus juízes e advertiu que qualquer ato contra essas designações é passível de “responsabilização penal, civil e administrativa”.

O governo Maduro acusa Ortega de “traidora”, “líder da oposição” e de fomentar os protestos contra o presidente mediante seus recursos legais.

A atual onda de protestos contra Maduro, iniciada em 1º de abril, já deixou 72 mortos e mais de mil feridos.

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