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Termina marcha de 200 km liderada por Evo Morales em apoio a governo da Bolívia

Manifestantes se reúnem na Praça San Fracisco, em La Paz, durante manifestação liderada pelo presidente boliviano, Luiz Arce, e pelo ex-presidente Evo Morales, em apoio ao governo, em 29 de novembro de 2021 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 30. novembro 2021 - 01:00
(AFP)

Uma marcha de quase 200 quilômetros, encabeçada pelo presidente da Bolívia, Luis Arce, e por seu padrinho político, o ex-presidente Evo Morales, em apoio ao governo, chegou nesta segunda-feira (29) a La Paz após seis dias de caminhada.

"Hoje, o povo boliviano fez história novamente!", disse Arce em um ato após a chegada da chamada "Marcha ela Pátria" até a sede do governo.

"Sempre que o povo está assim como hoje, a terra treme", acrescentou o presidente esquerdista, que acompanhou a caminhada durante alguns trechos do percurso.

Morales esteve presente em todo o trajeto, acompanhado de milhares de militantes do governista Movimento ao Socialismo (MAS).

"Disseram: 'os selvagens não vão voltar'. Os 'selvagens' estamos outra vez no governo!", reforçou o ex-presidente (2006-2019), referindo-se à oposição conservadora que governou o país entre 2019 e 2020.

O secretário Executivo da Central Operária Boliviana (COB), Juan Carlos Huarachi, criticou duramente em seu discurso o governo de Santa Cruz, reduto da oposição, situado no leste do país, e ameaçou "nacionalizar todas as empresas e indústrias" deste departamento (estado), o mais rico da Bolívia.

"Não nos provoquem", alertou o dirigente afim ao governo.

A marcha saiu em 23 de novembro do povoado de Caracollo, no departamento de Oruro (oeste), depois de uma cerimônia da qual participou a cúpula do governo e que terminou com um ritual aimara de agradecimento à Mãe Terra.

No terceiro dia do trajeto, o embaixador argentino na Bolívia, Ariel Basteiro, somou-se à marcha, uma decisão que a oposição do país andino o considerou uma "ingerência", ao ponto de os legisladores argentinos anunciarem que o tema seria discutido no Congresso.

O embaixador da Nicarágua, Elías Chévez, também participou da mobilização.

Ao longo do caminho, representantes de diversos sindicatos, como mineiros, industriais e camponeses, foram se somando à caravana.

Também se juntaram membros de organizações indígenas afins ao MAS de várias regiões do país. Eles vestiam trajes típicos, colares de flores e agitavam wiphalas, bandeiras símbolos dos povos originários dos Andes.

"Formos explorados durante 500 anos (...) Queremos uma Bolívia livre; por esta razão estamos aqui", afirmou a militante aimara Gregoria Condori, de 64 anos.

A marcha em apoio ao governo esquerdista tinha sido convocada por Morales em 12 de novembro, em meio a uma greve impulsionada pela oposição contra uma polêmica lei de lavagem de dinheiro, que o Congresso, controlado pela situação, acabou anulando.

O país sul-americano vive uma profunda divisão política desde 2019, quando Morales renunciou à Presidência após perder o apoio das Forças Armadas e da polícia, em meio a protestos maciços contra ele e a acusações de fraude eleitoral quando tentava a reeleição a um quarto mandato.

Novamente no poder desde 2020, o MAS acusa a oposição conservadora de ter organizado um suposto "golpe de Estado" contra Morales para levar à Presidência a direitista Jeanine Áñez, atualmente em prisão preventiva.

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