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Transplantes de medula podem ter risco de morte zero em breve

Se funcionar em humanos, o método pode ajudar a aperfeiçoar tratamentos para lúpus, diabetes juvenil, esclerose múltipla, em transplantes de órgãos e até mesmo câncer afp_tickers

Transplantes de medula óssea que não requerem sessões de quimioterapia perigosas e frequentemente tóxicas poderiam ser possíveis em breve, disseram pesquisadores dos Estados Unidos na quarta-feira, após terem tido sucesso em experiências com ratos.

O método desenvolvido por uma equipe de cientistas da Universidade de Stanford imita a abordagem usada na imunoterapia, na qual pacientes com câncer são submetidos a um tratamento que treina seu sistema imunológico para atacar células tumorais.

Se funcionar em humanos, o método pode ajudar a aperfeiçoar tratamentos para lúpus, diabetes juvenil, esclerose múltipla, em transplantes de órgãos e até mesmo câncer.

“Não há quase nenhuma categoria de doença ou transplante de órgão que não seja impactada por esta pesquisa”, disse Irving Weissman, professor de patologia e de biologia do desenvolvimento em Stanford e coautor do artigo publicado nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.

Atualmente, qualquer paciente que recebe um transplante de medula óssea – também conhecido como transplante de células estaminais – deve ser submetido a quimioterapia ou radioterapia para matar sua própria população de células estaminais do sangue antes.

Isso faz com que a operação seja perigosa e até fatal para até um em cada cinco pacientes. Danos em órgãos, nervos e cerebrais também podem ocorrer.

Assim, os pesquisadores desenvolveram uma nova abordagem que inclui agentes de anticorpos e biológicos que ajudaram o próprio sistema imunológico dos ratos a destruir suas células-tronco do sangue, abrindo caminho para as células transplantadas de um doador.

“Se isso funcionar em humanos como funcionou com os camundongos, seria de esperar que o risco de morte por transplante de células estaminais do sangue cairia de 20% para efetivamente zero”, disse a autora sênior do estudo, Judith Shizuru, professora de medicina na Universidade de Stanford.

Estão previstas pesquisas sobre o método em humanos.

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