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Tribunal russo condena ativistas contrários a Putin

(Abril) Alexey Gaskarov, no tribunal de Moscou afp_tickers

Um tribunal de Moscou condenou nesta segunda-feira a penas de até três anos e meio de prisão três ativistas, em um julgamento no qual 13 pessoas foram punidas por confrontos com a polícia durante protestos contra o retorno à presidência de Vladimir Putin.

A corte do distrito moscovita de Zamoskvoretsky condenou Alexei Gaskarov e Alexander Margolin a três anos e meio por participação em distúrbio e pelo “uso de violência contra um representante da autoridade que não coloca em perigo a vida ou a saúde humanas”.

Ilia Gushin foi condenado a dois anos e meio de prisão e uma quarta pessoa recebeu pena condicional pelo mesmo crime.

O advogado de defesa Sergei Panchenko afirmou que pretende apelar da condenação, apesar da pena imposta pelo juiz ser um pouco menor que a solicitada pela acusação.

Os distúrbios violentos nas proximidades do Kremlin em maio de 2012 acabaram com meses de protestos sem precedentes motivados pela decisão de Putin de deixar o posto de primeiro-ministro para retornar ao cargo de presidente, ocupado então por Dmitri Medvedev, prolongando assim o seu domínio na Rússia por pelo menos outros seis anos.

Os protestos, que chegaram a ser organizados em outras grandes cidades, representaram o primeiro desafio a Putin desde que chegou ao poder.

O Kremlin acusou Washington de estar por trás dos protestos para afastar Putin do poder e depois organizou uma dura repressão, o que deixou a Rússia mais próxima do que nunca do passado soviético de partido único.

Quatro das 13 pessoas detidas durante os julgamentos foram colocadas em liberdade após uma ampla anistia concedida por Putin, em uma tentativa de melhorar sua imagem antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em fevereiro.

Os organizadores dos protestos Sergei Udaltsov e Leonid Razvozzhayev cumprem penas de quatro anos e meio de prisão pelos vínculos com os distúrbios de maio de 2012 e outras acusações.

A Anistia Internacional denunciou um “julgamento político”.

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