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Unasul avalia missão eleitoral para Venezuela

O presidente venezuelano Nicolás Maduro discursa em Caracas, no dia 18 de março de 2015 afp_tickers

A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) avalia o envio de uma missão de observação para as eleições legislativas da Venezuela, cuja data ainda não foi fixada pelo governo do presidente Nicolás Maduro, informou nesta quarta-feira o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa.

Nin, cujo país ocupa a presidência rotativa da Unasul, explicou durante reunião do Parlamento uruguaio que os sócios do bloco sul-americano consideram “que o processo eleitoral na Venezuela está muito próximo do ideal”, revelou à AFP um dos participantes do encontro, que pediu para não ser identificado.

A administração Maduro, a qual a Assembleia Nacional concedeu “superpoderes” para governar por decreto até o final de 2015, ainda deve fixar a data para eleições legislativas cruciais em um contexto de queda da popularidade do herdeiro político de Hugo Chávez.

Diversas fontes destacaram que existe “preocupação” nas esferas políticas uruguaias diante da falta de uma definição clara sobre a realização das eleições.

Um dos deputados opositores que participaram da reunião, Jaime Trobo, pediu a Nin que promova o estabelecimento da missão de observação eleitoral na Venezuela, mas sob a direção da OEA, aproveitando o fato de que o secretário-geral do organismo será o ex-chanceler uruguaio Luis Almagro, que assume em maio próximo.

Nin Novoa, que compareceu diante da comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Deputados na tarde desta quarta-feira, destacou “a necessidade de que a Venezuela seja monitorada para que se restabeleça a situação de equilíbrio político (…) mas sem afetar o princípio de não intervenção”.

O chanceler uruguaio reafirmou sua preocupação com os relatórios de ONGs humanitárias sobre torturas nas prisões venezuelanas, e avaliou que tais informações devem ser consideradas.

A Venezuela vive uma polarização política desde o início de 2014, quando uma onda de protestos contra Maduro deixou 43 mortos, centenas de feridos e milhares de detidos, incluindo o líder opositor Leopoldo López, acusado de fomentar a violência nas manifestações.

Na terça-feira, a promotoria venezuelana denunciou formalmente por “conspiração” o prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, detido em 19 de fevereiro passado sob a acusação de participar de um complô contra o governo.

Ledezma e López estão na prisão militar de Ramo Verde, 30 km de Caracas.

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