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Venezuela pede que Colômbia pare com ‘provocações’ a seus militares

O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, em Caracas, em 19 de agosto de 2017 afp_tickers

A Venezuela pediu nesta quarta-feira ao governo colombiano que “pare de provocar” os seus militares para gerar um incidente na fronteira, depois que Bogotá denunciou uma incursão de militares venezuelanos em seu território.

“Pedimos ao governo da Colômbia que pare com as provocações com cenários criados para que nossa Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reaja de alguma maneira”, disse o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.

Durante um encontro com colombianos residentes no município venezuelano García de Hevia, no estado fronteiriço de Táchira, o ministro voltou a desmentir as denúncia do governo de Juan Manuel Santos e confiou que ambos os países possam “resgatar uma relação respeitosa”.

Bogotá e Caracas trocaram notas de protesto depois que as autoridades do departamento colombiano de La Guajira asseguraram que cerca de 20 militares venezuelanos irromperam no povoado limítrofe de Paraguachón no último fim de semana.

Segundo a denúncia, os militares roubaram celulares e dinheiro de vários colombianos.

Este feito tensionou ainda mais a relação bilateral, deteriorada por conta da instalação no início de agosto da Assembleia Constituinte impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro e que rege a Venezuela com poderes absolutos.

Santos, que desconhece este órgão, assim como vários governos da região, acusa Maduro de instaurar uma “ditadura” e não descarta romper relações.

“É lamentável que o presidente da Colômbia, a quem conhecemos e temos muito respeito, diga que na Colômbia há uma democracia e na Venezuela uma ditadura”, criticou Arreaza por meio da emissora do governo.

Em meio às tensões, o chefe de Estado colombiano outorgou proteção e ofereceu asilo à ex-procuradora Luisa Ortega, que fugiu da Venezuela denunciando uma perseguição política.

Maduro sustenta que Bogotá é o centro de uma conspiração para derrubá-lo, apoiada pelos Estados Unidos e seus opositores.

O chanceler venezuelano também lamentou que ainda que aparentemente a relação com Santos seja melhor no plano político do que foi a com seu antecessor, Álvaro Uribe, a realidade é que não foi possível “desenvolver projetos porque a parte colombiana não quis resolver coisas elementares”.

Em particular, assegurou que a Colômbia não permite que a Venezuela instale postos de gasolina em seu território para evitar o contrabando.

Durante a visita a García de Hevia, o governador de Táchira, José Vielma Mora, pediu ao governo colombiano que reabra a passagem de veículos pela fronteira.

A fronteira entre Colômbia e Venezuela esteva fechada por ordem de Maduro durante um ano, até agosto de 2016, quando foi habilitada a passagem de pedestres.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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