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Venezuela permitirá a volta dos colombianos deportados

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no dia 28 de setembro de 2015 afp_tickers

O governo venezuelano se comprometeu com a Unasul que vai permitir o retorno das centenas de colombianos deportados desde agosto para que regularizem sua situação migratória, anunciou nesta segunda-feira o organismo regional.

“A União de Nações Sul-americanas (Unasul) e o Governo da República Bolivariana da Venezuela concordaram que os cidadãos colombianos deportados durante a crise de fronteira entre ambos os países, que desejem regularizar sua situação na Venezuela e voltar para esse país, podem fazer isso com a ajuda deste governo”, assinala um comunicado difundido em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

O compromisso foi selado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e pelo secretário-geral da Unasul, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, durante reunião em Nova York à margem do fórum mundial, acrescentou o comunicado.

A Venezuela deportou pelo menos 1.532 colombianos e outros 18.377 retornaram ao seu país por medo de serem expulsos, segundo cifras das Nações Unidas, após um ataque contra uma patrulha militar venezuelana que deixou quatro feridos em 19 de agosto passado na cidade de San Antonio del Táchira (leste).

Maduro atribuiu este atentado a paramilitares colombianos ligados ao tráfico de drogas e ao contrabando de mercadorias venezuelanas para a Colômbia, razão pela qual ordenou o fechamento de trechos da fronteira e declarou estado de exceção em 23 municípios, dos quais 16 se situam na linha de fronteira de 2.219 km.

A partir do êxodo de colombianos, muitos dos quais fugiram com seus pertences nas costas cruzando rios e estradas de terra, a Colômbia denunciou “um drama humanitário”, agravado segundo Bogotá por violações dos direitos humanos por parte de autoridades venezuelanas.

Caracas rechaçou esta colocação, assim como denúncias de Bogotá – avalizadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) – de que as expulsões separaram famílias.

Esta situação desencadeou uma crise diplomática em meio à qual os dois países chamaram a consultas a seus embaixadores, embora na segunda-feira passada Maduro e Santos, durante encontro em Quito – sede da Unasul -, acordaram seu retorno e a “progressiva normalização” da fronteira.

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