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Venezuela protesta contra reuniões do Mercosul sem sua presença

A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, em coletiva de imprensa em Caracas, no dia 20 de setembro de 2016 afp_tickers

A Venezuela protestou contra uma reunião de seus sócios do Mercosul em Nova York, a primeira desde que bloquearam sua presidência no organismo, para a qual não foi convidada – disse a chanceler Delcy Rodríguez.

“Nós enviamos formalmente nossa rejeição a essas reuniões de relacionamento externo que servem apenas para tratar da presidência “, informou a ministra em coletiva de imprensa.

No domingo passado (18), os chanceleres José Serra (Brasil), Susana Malcorra (Argentina), Rodolfo Nin Novoa (Uruguai) e Eladio Loizaga (Paraguai) se encontraram à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Eles assinaram um acordo que determina que o Uruguai se encarregará das negociações do Mercosul com a União Europeia (UE) para um tratado comercial.

“A Venezuela não participa das negociações com a União Europeia”, disse Rodríguez, argumentando que as negociações buscam implantar no Mercosul um acordo como a Alca (a Área de Livre-Comércio das Américas), que os Estados Unidos tentaram, sem sucesso, promover na América Latina.

O encontro em Nova York foi o primeiro entre representantes do Mercosul, depois que, na semana passada, seus quatro fundadores anunciaram no Rio de Janeiro que assumiriam conjuntamente a presidência rotativa do bloco.

Os quatro países exigem que o governo de Nicolás Maduro, sob pena de suspensão, cumpra suas obrigações em matéria alfandegária e de direitos humanos até o 1º de dezembro.

A ministra Rodríguez garante que a “efetividade” do país – incluído no bloco em 2012 – na ratificação de seus compromissos supera “enormemente” a dos outros membros.

“Em um ano, a Venezuela incorporou 289 normas. Se compararmos isso com os 25 anos do restante dos países, em um ano, a Argentina (incorpora) 41 normas, o Brasil, 45, e o Paraguai, 35”, disse.

“A Venezuela está em dívida com 208 normas, o Uruguai deve 400, o Paraguai, 408, o Brasil, 151, e a Argentina, 331”, acrescentou a chanceler, ressaltando que a sanção contra o país surge da “intolerância política e ideológica”.

Mesmo assim, o governo diz estar aberto ao diálogo.

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