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Venezuela tem ‘somente um presidente’ e é Maduro, diz Medvedev em Cuba

Díaz-Canel (d) e Medvedev participam de entrevista coletiva no Palácio da Revolução, em Havana afp_tickers

O primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, defendeu nesta sexta-feira (4), em Havana, o diálogo para resolver a crise política e econômica que a Venezuela enfrenta, um país no qual, ressaltou, “existe apenas um presidente eleito (…) e é Nicolás Maduro”.

“Somente os próprios venezuelanos podem superar suas diferenças por meio do diálogo”, disse Medvedev, da Universidade de Havana, que lhe deu o título honoris causa na Ciência Política.

Em seu discurso de agradecimento, o segundo homem mais poderoso da Rússia condenou as “sanções unilaterais” que os Estados Unidos estão aplicando “contra Cuba, Venezuela e Nicarágua”, países considerados por Washington como a “troika da tirania”.

Com uma bateria de sanções contra a nação sul-americana, Washington lidera a pressão internacional para tirar o presidente venezuelano Nicolás Maduro do poder, e que em seu substituto o opositor Juan Guaidó assume, que a Casa Branca e as potências europeias reconhecem como o presidente responsável.

Nesse sentido, o primeiro-ministro russo ressaltou que “existe apenas um presidente eleito na Venezuela e é Nicolás Maduro”.

A visita de Medvevev a Havana ocorre em um momento crítico para o país, que enfrenta uma escassez significativa de combustível após as sanções de Washington contra navios que transportam petróleo da Venezuela, principal fornecedor de petróleo bruto de Cuba.

O primeiro-ministro insistiu no interesse de Moscou em continuar desenvolvendo suas relações com a América Latina, uma região que “não é um quintal para a Rússia, como é para os Estados Unidos”.

Medvedev, que se reuniu com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel na quinta-feira e com o primeiro secretário do governo e único Partido Comunista, Raúl Castro, disse que “a cooperação com Cuba tem um papel especial” em seu país.

“Cuba é nosso parceiro e aliado de confiança”, acrescentou o primeiro-ministro, que na quinta-feira denunciou a tentativa dos EUA de sujeitar a ilha a um “bloqueio de energia”, com sanções contra navios que transportam combustível para o país.

Afetada pelo colapso dos preços do petróleo desde 2014, a Venezuela, que obtém quase todas as suas receitas do petróleo, está imersa em uma grave crise política e econômica que levou a uma emigração maciça de venezuelanos que fogem da escassez de alimentos e remédios.

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