Argentina relata dois casos da variante Delta sem conexão com viajantes
O Ministério da Saúde argentino informou nesta sexta-feira (30) que detectou dois casos de covid-19 correspondentes à variante Delta sem relação com viajantes.
Ambos os casos foram registrados na cidade de Buenos Aires, mas a origem da rede de transmissão ainda está sendo investigada, informou a pasta.
“Se for confirmada a ausência de vínculo epidemiológico, constituirão os primeiros casos não relacionados a viajantes no país”, disse o Ministério, lembrando que “se passaram três meses após a detecção do primeiro caso de variante Delta em um viajante na Argentina.”
Trata-se de uma criança, que começou com os sintomas em 20 de julho, e um adulto de 32 anos, diagnosticado com covid-19 em 4 de julho.
Nesta sexta-feira também foi informado que um viajante peruano, que não cumpriu o isolamento obrigatório de sete dias e é portador da variante Delta, infectou pelo menos 13 pessoas na província de Córdoba (centro do país), onde 160 pessoas foram isoladas.
“A Diretoria de Epidemiologia da província de Córdoba notificou um caso de variante Delta em um viajante de Lima, Peru, e 13 casos positivos entre seus familiares” da mesma variante, informou o Ministério argentino.
O homem de 62 anos realizou dois testes PCR com resultados negativos. Ele saiu de Lima e chegou a Buenos Aires no dia 19 de julho, de onde viajou para Córdoba (700 km ao norte). Quando fez o teste para receber alta em 26 de julho, foi confirmado seu diagnóstico positivo e que se tratava da variante Delta.
O viajante teve contacto próximo com uma única pessoa, o seu sobrinho, que infectou os demais familiares.
“Os 13 infectados não tiveram contato com o caso zero. Portanto, não podemos falar de um supercontágio, mas sim, de um surto intrafamiliar e todos são contatos próximos”, explica Gabriela Barbás, secretária de Prevenção e Promoção da Saúde de Córdoba.
O infectologista Hugo Pizzi disse à Rádio Universidade Córdoba que “por enquanto há 160 pessoas isoladas e controladas”.
“Mas não sabemos se houve uma brecha por aí por onde o vírus escapou. Essa variante tem uma capacidade de contágio muito maior do que as outras”, alertou.
Até o momento, na Argentina, 45 infecções da variante Delta foram detectadas em viajantes e cerca de 15 em contatos próximos, sem registro de circulação local.
Mais de 24,7 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose das vacinas na Argentina (quase 55% da população), e entre elas 6,7 milhões têm imunização completa (15%).
A Argentina registra cerca de 4,9 milhões de infecções e mais de 105.000 mortes desde o início da pandemia.