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Lugano: a cidade mais mediterrânea da Suíça

Banner arquivos históricos da Rádio Suíça Internacional
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Uma típica cidade suíça, mas com palmeiras e às margens de um lago que mais lembra o mar: Lugano, na parte italófona. Em um programa transmitido em 1977, o jornalista Tarcísio Lage revela os segredos dessa pitoresca localidade do cantão do Ticino. Escute aqui mais um dos arquivos históricos da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI)

Como era tradicional nos programas de rádio da época, o jornalista da RSI abre a reportagem com um trecho musical. Ele explica aos ouvintes que está visitando Lugano, banhada por um lago, situada entre os Alpes e a planície lombarda, ao sudoese da Suíça: uma cidade que na época tinha apenas 29 mil habitantes. Hoje são 63 mil. O intermédio musical precedia traços históricos indicando que Lugano remonta à época do império romano. 

Vestígios provam passagem de etruscos, gauleses e franceses pela região, que foi palco de guerras feudais. A construção de um famoso castelo da cidade, feudo do duque de Milão, remonta ao fim do século 15. O castelo foi palco de guerras napoleônicas. Consequência da Revolução Francesa, o feudalismo sofreu um golpe de morte e houve uma abertura ao desenvolvimento e à modernidade.

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Em 1798, Lugano conquista sua liberdade e com todo o Ticino entra na Confederação Helvética. A cidade foi um dos centros do Renascimento. A linha ferroviária do Gotardo, através dos Alpes, marca o início da Lugano moderna, com o desenvolvimento industrial. Com o passar do tempo, a cidade torna-se centro financeiro importante. E as liberdades bancárias atraem muitos estrangeiros, diz Fausto Amiconi.

No setor relojoeiro e máquinas de precisão há notáveis indústrias, assinala Amiconi que destaca uma bastante conhecida fábrica de moedas de ouro. Lembra, porém, que o turismo era (e ainda é) uma das principais atividades de Lugano: 60% da população “teriam algo a ver com o turismo”. Sinal de que ele está certo: a cidade tinha na época 170 hotéis e pensões, com média anual de mais de um milhão de pernoites.

Lugano com suas belas paisagens e seu clima bastante ameno tem igualmente um rico folclore, como diz Fernando Bettencourt, que destaca festas anuais – Natal, carnaval, etc. – com músicas e comidas típicas e mesmo danças. Lembra que o Ticino se desenvolveu muito nos últimos anos, “ficaram-lhe essas coisas que são engraçadas e de que o turista gosta”.

No tocante à arte – desde urnas funerárias gaulesas a quadros renascentistas – museus e igrejas satisfazem a curiosidade dos interessados. Exemplos são o Museu Histórico e o Museu Katia, da Villa Ciani, a famosa pinacoteca da Villa Favorita, a catedral de San Lorenzo… Note-se que Lugano, a apenas 200 m de altitude, protegido ao norte pelos Alpes, goza de um clima subtropical. 

Particularmente exuberante é a primavera nessa cidade banhada por um lago charmoso. Lugano, que oferece uma imagem de cartão postal, tem boa infraestrutura e uma rede de transportes bem organizada, até nas montanhas. 

No setor de lazer, as ofertas eram variadas nos anos 1970, mas que não sofreu muitas mudanças: esqui, golfe, hipismo, tênis e outros. Reverso da medalha: o desenvolvimento industrial aportou a poluição, inclusive ao lago. No setor do ensino, não há universidade em toda a região do Ticino. 

Além disso, o cantão já era “invadido” por suíços alemães, como explicou ao repórter da RSI o jornalista suíço Jean-Claude Buhrer. Dos 260 mil habitantes, 30 mil eram de língua alemã. No fim do século 19, 99% dos habitantes falavam italiano. A “invasão alemã” era contrabalançada pelas relações comerciais – e culturais – com a Itália, sendo Lugano um refúgio para os capitais italianos. Nota-se que duas emissões radiofônicas e um canal de TV da cidade repercutem na Itália.

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