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Associações defendem os “sem papéis”

Protesto de "sem papéis" em Berna, no início do ano. Keystone

Representantes da igreja, sindicatos e organizações não-governamentais se reúnem em Berna para exigir melhores condições aos estrangeiros ilegais na Suíça.

Cerca 150 mil pessoas vivem atualmente no país sem estarem regularizados.

O objetivo principal do movimento de apoio aos chamados “sem papéis” (sem documentos) é de pressionar o governo federal e os cantões a regularizarem a situação das pessoas que vivem atualmente na Suíça em situação irregular.

Atualmente diversas organizações estimam que vivem de 80 a 150 mil pessoas nessas condições.

No dia 8 de novembro, representantes da igreja, sindicatos e diversas organizações não-governamentais como a Caritas, se reunirão para juntar propostas. Estas serão entregues oficialmente ao governo federal no dia 13 de dezembro.

“Ter os mesmos direitos de um trabalhador suíço”

“Como membros do sindicato, nós queremos que essas pessoas, que afinal vivem e trabalham na Suíça, tenham também os mesmos direitos básicos dados aos suíços, como assistência médica e proteção social, e não sejam mais explorados como mão-de-obra barata”, afirma Vânia Alleva, presidente da Comissão de Imigração da Federação de Sindicatos da Suíça.

Para tentar solucionar o problema, o governo federal enviou no final do ano passado um pedido aos cantões, prevendo que uma pessoa vivendo ilegalmente na Suíça possa ter os “papéis” regulamentados se ela atender a critérios como “boa integração social, trabalho, conhecimento do idioma e uma permanência mínima de quatro anos na Suíça; dessa forma, os pedidos de regularização deverão ser feitos diretamente às autoridades cantonais”.

Pouco apoio dos Cantões

Apesar dessa abertura, os pedidos dos “sem papéis” não têm encontrado muita ressonância nas administrações cantonais.

“A legalização dessas pessoas não pode ser mais apenas tratada como caso excepcional”, explica Alleva e acrescenta:”Em um ano, apenas doze cantões (estados) entregaram pedidos ao governo federal, sendo que quase todos eles vieram da Suíça de expressão francesa. Eles não passam de 200, e não representam mais do que 500 pessoas”.

Apesar de terem direito de inscreverem seus filhos nas escolas, os “sem papéis” estão fora do sistema suíço de seguridade social. “No caso de uma mulher ficar grávida ou um ilegal precisar urgentemente encontrar um dentista, eles podem se encontrar em grandes dificuldades” lembra Alleva.

swissinfo/Alexander Thoele

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