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Barco solar suíço completa travessia do Atlântico

sun21 na chegada a Nova York. swissinfo.ch

O barco solar suíço sun21 chegou terça-feira (8 de maio) a Nova York, depois de ter atravessado o Atlântico.

O sun21 percorreu 7 mil milhas sem uma gota de combustível, exclusivamente com energia solar. É uma primeira mundial.

“O sol é o combustível do futuro” declarou o chefe da tripulação do barco solar suíço sun 21 a Nova York, Michel Thonney. Ele disse ainda que, como bom marinheiro, é um homem que não fala muito.

Os cinco membros da tripulação foram acolhidos por uma pequena multidão no porto de North Marina Cove, com o orgulho de ter atingido o objetivo. No porto estavam o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg e o cônsul suíço Christoph Bubbé.

O catamarã, movido exclusivamente a energia solar, partiu de Basiléia em outubro do ano passado, pelo rio Reno. Dia 3 de dezembro, saiu da Europa e chegou à Martinica, no Caribe, dia 02 de fevereiro. De lá, passou por Miami e chegou a Nova York terça-feira, 08 de maio.

Um progresso

A viagem ocorreu sem grandes problemas, apesar do barco solar ter enfrentado um mar agitado em alguns trechos, com ondas de até 7 metros de altura.

É consenso que a viagem do “sun 21” é um novo progresso em matéria de navegação à energia solar. Esse desempenho transmite a imagem de uma suíça moderna e inovadora, afirmou o cônsul suíço em Nova York, tema aliás de uma campanha atual sobre a imagem da Suíça nos Estados Unidos.

Potencial confirmado

Além dos patrocinadores, o chefe da tripulação, Michel Thonney, o construtor do navio Markus Wüst, o biólogo marinho David Senn, o médico Martin Vosseler e o historiador Beat von Scarpatetti, destacaram que a travessia do Atlântico era destinada a provar o potencial da energia solar na navegação.

“Nós conseguimos provar em pequena escala o que deve ser feito em grande escala, se quisermos conter as ameaças da mudança climática”, declarou Martin Vasseler.

Segundo o médico que integrou a tripulação, não existe fatalismo mas são necessárias criatividade e ações corajosas para implantar as energias limpas.

“A energia nuclear não é uma solução, explicou a swissinfo Martin Vosseler. Com o sol, a uma distância respeitável da Terra, temos uma central com potencial incrível que basta utilizar”.

Vosseler disse ainda que a energia solar propicia muitas oportunidades de desenvolvimento econômico. “Não percam essa chance”, advertiu ele para os políticos da Suíça e do mundo.

Notícias boas e ruins

O biólogo marinho David Senn aproveitou a viagem para fazer alguns estudos: “Descobri uma facinante diversidade de micro-organismos. É muito importante porque a vida depende do plâncton.”

Em cmpensação, quanto mais o navio avançava para o oeste, pior parecia a situação dos golfinhos e baleias. “É um sinal claro da pesca excessiva”, afirmou Seen, impresssionado também com o problema do lixo no mar.

Em Nova York, a tripulação vai agora participar de vários eventos ligados à energia solar, entre eles de uma sessão da comissão da ONU sobre o desenvolvimento sustentável.

swissinfo, Rita Emch, New York

A construção do sun 21 custou aproximadamente 900 mil francos suíços.
Com a travessia do Atlântico, o barco deverá entrar no Guiness Book dos récordes.
O catamarã fará a viagem de volta a bordo de um cargueiro e será doado ao WWF Madri que vai utilizá-lo em projetos de defesa do meio ambiente.
O projeto sun21 foi financiado por uma fundação privada especialmente criada para esse fim (Transatlantic21) e por outros patrocinadores particulares.

Durante a travessia do Atlântico – do porto espanhol de Chipiona até a Martinica – o catamarã produziu cerca de 2 mil kwh de energia solar.

Com 14 metros de comprimento por 6 de largura, o barco funciona exclusivamente com energia solar. Metade da energia durante o dia pelas células solares é estocada em baterias para navegar durante a noite. Se o tempo ficar muito tempo nublado, a velocidade do barco diminui.

O catamarâ pode navegar a uma velocidade máxima de 9 nós (16,5 km/hora). Sua velocidade média é de 5 a 6 nós (10-12 km/h)

O barco foi construído pela empresa MW-Line, de Yverdon (oeste da Suíça). Barcos do mesmo tipo foram utilizados durante a Exposição National de 2002, nos lagos de Nehchâtel, Bienne e Morat.

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