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Barco solar suíço vai dar a volta ao mundo

O catamarã suíço PlanetSolar tem 500 m2 de painéis solares. swissinfo.ch

O catamarã suíço PlanetSolar, maior barco solar do mundo, vai dar a volta ao Planeta a partir do próximo ano para chamar a atenção para a importância das energias renováveis.

O barco, que foi apresentado na quinta-feira (25/2) ao público em Kiel, no norte da Alemanha, viajará com bandeira suíça. O projeto é apoiado pelo Ministério suíço das Relações Exteriores e pelos estados de Neuchâtel e Vaud.

O PlanetSolar tem 30 metros de comprimento, 15 m de largura e cerca de 500 m2 de painéis solares. A energia solar garante uma velocidade de aproximadamente 15 km/h. Em março próximo serão feitos os primeiros testes no mar.

Através da agência Presença Suíça e do Departamento de Navegação Marítima, o Ministério suíço das Relações Exteriores (DFAE) apoia o projeto com 300 mil francos no período 2009-2011. O custo total do projeto é estimado em mais de 5 milhões de francos.

O futurístico catamarã de alto-mar vai zarpar pela primeira vez no 821° aniversário do porto de Hamburgo, de 7 a 9 de maio de 2010. A “maior festa portuária do mundo”, realizada desde 1977, atrai anualmente cerca de um milhão de pessoas.

Publicidade para energias renováveis

As representações suíças no exterior prestarão também apoio logístico à tripulação. Uma exposição ambulante acompanhará a chegada do barco a Hamburgo e provavelmente também a Amsterdã, Paris e Londres, informa o DFAE.

Em abril de 2011, o catamarã deverá iniciar sua volta ao mundo a partir de um porto do mediterrâneo. Estão previstas escalas nas costas leste e oeste dos Estados Unidos, em Cingapura e nos Emirados Árabes Unidos.

Segundo o DFAE, o projeto contribui para divulgar a capacidade de inovação da Suíça na área das energias renováveis. “Ele quer informar a opinião pública sobre a importância das energias renováveis e sensibilizá-la para seu potencial.”

Boa parte da tecnologia é suíça

O PlanetSolar é o resultado de uma cooperação transnacional. A ideia de construir um barco movido exclusivamente a energia solar foi do aventureiro Raphaël Domjan, de Neuchâtel (oeste da Suíça), fundador da empresa.

Uma parte importante da tecnologia é suíça. Participaram do desenvolvimento, entre outras empresas, a Drivetek AG, de Biel, e a Pasan SA, de Neuchâtel, em cooperação com a Escola Superior de Engenharia e Administração do cantão de Vaud (sudoeste).

Domjan disse à agência de notícias SDA que, com o catamarã solar pretende provar que as energias renováveis e suas respectivas tecnologias já hoje são confiáveis e eficientes.

Lugar para 50 passageiros

Em sua viagem de cerca de 40 mil quilômetros ao redor da Terra, ele será acompanhado pelo Gérard d’Aboville, o primeiro a atravessar o Atlântico e o Pacífico em um barco a remo.

Segundo o armador alemão Knierim, que construiu o barco, o PlanetSolar tem espaço para até 50 pessoas, que poderão navegar com os dois aventureiros em determinados trajetos da volta ao mundo.

O barco pesa 60 toneladas, mas dará a volta ao mundo em cerca de 140 dias praticamente sem causar poluição ou ruído, informou a PlanetSolar em um comunicado.

Não é a primeira vez que a Suíça investe num projeto de barco solar. Em 2001, a BKW, uma das maiores companhias energéticas da Suíça, construiu o então maior navio solar do mundo, com 33 m de comprimento e capacidade para 150 passageiros, que ainda hoje navega nos lagos de Biel, Neuchâtel e Murten.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch (com agências)

O sol irradia anualmente 40 bilhões de quilowatts/hora sobre a Suíça.

Isso é cerca de 220 mil mais do que o consumo total de energia do país.

Apenas pouco mais de 40 mil instalações solares com cerca de 350.000 m2 de coletores solares (sem aquecimento de piscinas) aproveitam essa energia.

Uma rede formada por 1800 usinas fotovoltaicas e diversas usinas isoladas, com cerca de 170.000 m2 de coletores transformam os raios solares em eletricidade.

Com isso, é produzido apenas 0,3% da energia necessária para calefação e 0,03% da energia elétrica da Suíça.

A Suíça tem mais de 400 milhões de metros quadrados de coberturas que, se usados para instalar usinas solares, poderiam cobrir cerca de um terço de sua energia.

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