Perspectivas suíças em 10 idiomas

Baselworld: a melhor feira de todos os tempos

Baselworld recebeu 102 mil visitantes na sua edição de 2007. Keystone

Após fechar suas portas em 19 de abril, os organizadores da Baselworld, a maior feira do mundo no setor de relojoaria e jóias, só têm motivos para comemorar: 101.700 visitantes, um aumento de 8% em relação a 2006.

Vista como uma plataforma ideal para o lançamentos de novos produtos, a Baselworld também trouxe gemas brasileiras e estrelas de Hollywood.

Durante uma semana a cidade de Basiléia, na região noroeste da Suíça, foi o ponto de encontro das maiores e mais conceituadas marcas de jóias e relógios do mundo. A Baselworld, maior feira do setor, reuniu mais de 2000 expositores de 45 países de 12 a 19 de abril.

Visitar a feira requer fôlego. São 160 mil metros quadrados, com estandes requintados e luxuosos. Em cada um deles, há a exposição de colares, pulseiras, anéis e outras peças cobertas de diamantes, brilhantes ou pedras preciosas. Um show que mescla luxo, beleza e qualidade, com belos designs. De acordo com os organizadores, muita gente enfrentou a maratona chique: a mostra recebeu 101.700 visitantes – 8% mais do que no ano passado.

Expositores vêm da Europa

A Europa concentrou o maior número de expositores (65,3%), seguida da Ásia (12,4%), dos Estados Unidos (3,6%) e outros países (1,4%). A Suíça liderou mais uma vez o bloco europeu, com a exposição de 422 marcas entre relógios e jóias. O luxo dos estandes está diretamente ligado aos resultados financeiros. No ano passado, o setor cresceu 10,9%, e as exportações do anfitrião da mostra alcançaram 13.7 bilhões de francos suíços.

Os italianos, reconhecidos pela qualidade e pelo design de suas jóias, ficam em segundo lugar, seguidos pelos alemães e depois pelos franceses. O bloco europeu concentrou-se no primeiro pavilhão. Da Ásia, a maioria dos expositores veio de Hong Kong – 363 de um total de 558.

Visita ao shopping

A novidade deste ano foi a criação do Baselworld Village, uma espécie de prolongamento da feira. Das 18 às 2 horas dois bares recebiam os visitantes e expositores numa esticada depois do evento. Foram o Osteria Acqua e o Baracca Zermatt. Um espaço para uma saideira, com a possibilidade de fechar negócios.

Circular pela Baselworld é como visitar um shopping só com as marcas de primeira linha. Patek Phillip, Rolex, Chopard, Dior, Dolce & Gabbana, Chanel, Gucci e muitas outras marcas exibiram suas coleções – inclusive a brasileira H.Stern.

Nenhuma revelava o preço na vitrine – isso fica por conta da imaginação de cada um. Quem tem alguma intimidade com o produto pode arriscar um palpite mais ou menos infeliz. O preço só se discute dentro dos estandes. É assunto para fabricantes e vendedores.

Só convidados

Nem todos os estandes eram abertos aos visitantes. Muitos deles limitavam até mesmo a entrada de jornalistas, que deveriam marcar um horário para visitar o interior desses bunkers. Foi o procedimento de marcas como Dior, Chanel, entre outras. É verdade que exibem peças valiosas, mas a feira tem um bom sistema de segurança. Uma das regras é que os visitantes devem passar o ingresso magnético tanto na entrada como na saída. Uma forma de controlar a permanência de alguém no interior do centro de exposição.

Outros expositores deixam a questão da segurança para quem é responsável por ela e exibem algumas peças sem a proteção de vidro. Isso ocorreu no espaço da marca Dolce & Gabanna. Os relógios podiam ser tocados pelos visitantes, que avaliavam a qualidade e funcionalidade da peça – ao som da música tema da campanha publicitária da nova coleção, num estande colorido e moderno como a marca.

Pedras do Brasil

A joalheria brasileira estava representada também no segundo andar da mostra, com a Brumani, Denoir e F.Heub. “É a maior feira do setor e a despeito das transações comerciais é uma forma de posicionar a marca no mercado internacional”, diz Eduardo Brüner, diretor de marketing da empresa. De acordo com Brüner, é preciso buscar novos mercados para o setor, como o leste europeu.

Em outro pavilhão, outras oito empresas, em colaboração com a Apex e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais preciosos, expuseram pedras e jóias. Como a Vianna, Duarte & Bastos, Manoel Bernardes, Stone World, Manoel Nogueira e a Pinkstone and Brazil Exports, além do projeto Transpantanal – desenvolvido pelo Sebrae de Mato Grosso.

O projeto incluiu 13 empresas da região que criaram peças inspiradas no pantanal. Muitas delas feitas com pele de jacaré. De acordo com os organizadores, os animais são criados em cativeiro, com autorização do Ibama. Menos mal. Pelo menos estas peças da mostra tinham a comprovação de que eram politicamente corretas.

swissinfo, Lourdes Sola, Basiléia

Baselworld (de 12 a 19 de abril) é a maior feira comercial da Suíça. Nela, 2.109 expositores vindos de 45 países apresentaram seus produtos, em grande parte, relógios de luxo.
Em 2007, o evento recebeu 101.700 visitantes, um aumento de 8% em relação ao ano passado.
As marcas suíças ocuparam 45,9% da superfície de exposição e representaram 20% dos expositores (422). Logo depois vieram as marcas italianas, alemãs e francesas.
17,2% dos expositores vieram de Hong kong.
Paralelamente à exposição na Basiléia, outra importante feira do setor é o Salão Internacional da Relojoaria Fina em Genebra. O evento ocorreu de 16 a 21 de abril.

Após 2005, a indústria relojoeira da Suíça também viveu 2006 como um ano de lucros recordes.

Ela exportou 13,7 bilhões de francos em produtos, uma progressão de 10,9% em relação a 2005.

Somente no mês de dezembro, as exportações aumentaram 3,3%, totalizando um valor de 1,259 bilhões de francos.

Após viver um grande choque com a introdução de relógios eletrônicos por companhias asiáticas nos anos 80, a indústria relojoeira suíça se recuperou ao investir no desenvolvimento de relógios populares (Swatch) e de luxo.

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR