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Bolsa suíça também é atingida

Os investidores estão de olho nas cotações Ex-press

Acompanhando as fortes quedas registradas em outros mercados em todo o mundo, a bolsa suíça cedeu muito terreno sexta-feira chegando ao seu nível mais baixo do ano.

Uma verdadeira febre atinge as bolsas depois do novo recuo em Nova York, provocado pela crise dos créditos imobiliários nos Estados Unidos.

A bolsa suíça SWX caiu sexta-feira (10) ao seu mais baixo nível desde o início do ano, antes de uma pequena reação antes do fechamento.

Por volta do meio-dia, o índice vedete Swiss Market Index (SMI) chegou a 8513,13 pontos, em recuo de 3%.

O mercado suíço é conectado com o resto do mundo, explica a swissinfo Claude Zehnder, analista no Banco Cantonal de Zurique. A correção atual ainda pode durar alguns dias mas não concebemos atualmente o mercado entrar numa fase globalmente defensiva («bear»)».

Todas as praças financeiras européias continuaram a cair sexta-feira, a exemplo do que havia ocorrido na Ásia-Pacífico e, no dia anterior, nos Estados Unidos (o Dow Jones caiu 2,83% quinta-feira). Sexta-feira, Nova York abriu novamente em baixa.

A situação atual é conseqüência da crise dos créditos imobiliários americanos, que colocaria em risco a solidez das instituições financeiras americanas mas que também suscita dúvidas acerca de certos bancos europeus que investem no mercado americano.

“A pressão para vender é forte, explica Canita Hung, analista do Delta Asia Securities, em Hong-Kong. O mercado teme que outros fundos ou instituições financeiras financeiras também revelem problemas ligados aos créditos subprime”.

Evitar uma recessão mundial

Nesse contexto, os investidores acompanham de perto as intervenções dos bancos centrais, que disponibilizam recursos para tentar garantir um bom funcionamento do mercado monetário e evitar uma crise maior. Tecnicamente essa liquedez permite aos bancos que operam no mercado disporem de mais dinheiro sem depender das incertezas a curto prazo.

O objetivo das intervenções é evitar que a crise financieira contamine o conjunto da economia e provoque uma recessão mundial.

Quinta-feira o Banco Central Europeu (BCE) injetou 94,8 bilhões de euros e sexta-feira outros 61,05 bilhões somente na zona euro, para compensar a escassez de liquidez. Os bancos centrais dos Estados Unidos e do Japão fizeram o mesmo.

Pouca gravidade para a economia real

Nos Estados Unidos, “o problema resta limitado a uma parte do sector de crédito e continuamos sem antecipar uma crise global do setor, afirma Claude Zehnder. Nossa opinião é que la crise não contaminará o conjunto da economia americana.”

“Não prevemos recessão para o ano que vem, prossegue o analista. Mas revisaremos nossas expectativas de crescimento da economia por alguns trimestres adicionais”.

Zehnder acredita que a economia real na Suíça será atingida apenas de maneira marginal pelas turbulências atuais.

Um inquérito que perturba

Os cambistas destacavam sexta-feira que a SEC, órgão de controle da Bolsa americana, decidiu abrir um inquérito contra os cinco maiores bancos americanos para avaliar suas perdas potenciais ligadas à crise dos créditos imobiliários.

“A SEC questiona-se principalmente sobre a validade de suas últimas declarações de exposição aos riscos. A abertura desse inquérito suscita a descofiança dos investidores”, comentam os economistas da Aurel Leven em mensagemaos seus clientes.

swissinfo com agências

Muitos créditos hipotecários (mortgages) dados a clientes pouco solvíveis estão na origem da crise imobiliária nos Estados Unidos.

No período de alta conjuntura dos últimos anos, esses empréstimos foram
distribuídos de maneira muito generosa. Entretanto, os preços dos imóveis explodiram em um mercado aquecido.

Nos últimos meses, certos institutos hipotecários americanos tornaram-se totalmente dependentes dos empréstimos que não podiam reembolsar.

Resumindo, a carteira de crétido dos bancos hipotecários se degradou, daí as reações de pânico. Os bancos deixaram de emprestar, o que agrava a situação.

O nervosismo chegou aos investidores nas bolsas. Eles começaram a vender, às vezes de maneira indistinta, com o risco de enfranquer o setor bancário.

Esse movimento de venda provoca a queda do preço das ações dos bancos mas também de outros setores. É que as vendas atingem também os fundos, opções e outros derivados, aos quais esses setores estão ligados.

As vendas levam à escassez de liquidez, uma vez que os vendedores querem dinheiro vivo. Daí a intervenção dos bancos centrais, que abrem a torneira monetária para evitar uma alta das taxas de juros.

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