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Brasil é pentacampeão no vôlei feminino em Montreux

Equipe brasileira terminou invicta o torneio de Montreux.

A seleção brasileira feminina de vôlei, renovada após a conquista da medalha de ouro na Olimpíada de 2008 em Pequim, começou bem o novo ciclo olímpico com vistas a Londres-2012 e conquistou seu primeiro título.

Em seu primeiro torneio internacional, a equipe dirigida pelo técnico José Roberto Guimarães (Zé Roberto) sagrou-se pentacampeã do Montreux Volley Masters, neste domingo, na Suíça, derrotando a Itália por 3 sets a 0.

O Brasil confirmou na final seu favoritismo e o excelente desempenho mostrado durante toda competição, que terminou invicto, tendo perdido apenas um set para a Polônia na fase classificatória.

Considerada a melhor equipe do mundo no momento, a seleção brasileira literalmente celebrou o vôlei na decisão em que a Itália não foi apenas figurante. Mesmo depois de estar perdendo por 2 a 0, a squadra azzura não resignou e esteve em vantagem no placar durante boa parte do terceiro set.

Zé Roberto trouxe para Montreux (cidade de 23.800 habitantes no cantão de Vaud, oeste da Suíça) uma equipe que reúne jovens talentos com jogadoras experientes que restaram do time campeão olímpico e mundial em 2008. A “química” dessa renovação funcionou.

Na fase classificatória, o Brasil (1° no ranking da FIV) derrotou a Alemanha, a China – ambas por 3 sets a 0 – e a Polônia, por 3 a 1, quando já estava confirmado como vencedor do Grupo A, e superou a Holanda por 3 a 0 na semifinal.

O técnico não se surpreendeu com o bom entrosamento da equipe e garante que as novatas já se sentem em casa. “Quando você já tem uma base formada é muito mais fácil para quem está entrando se inserir no contexto da equipe. E é o que realmente aconteceu”, disse Zé Roberto à swissinfo.ch antes da final (ouça os áudios da entrevista na coluna à direita).

Sucessão de Fofão

Na avaliação da imprensa especializada, um desafio especial para o experiente treinador será encontrar uma substituta à altura para a levantadora Hélia Souza Fofão, que defendeu a seleção por 17 anos e renunciou, aos 38 anos, após os Jogos Olímpicos de Pequim.

Segundo Zé Roberto, “como todas as bolas passam pelas mãos da levantadora, é ela que dita o ritmo jogo.” Em Montreux, ele testou nessa posição Ana Tieme e Dani Lins, duas jogadoras que, segundo ele, “têm talento e podem vir a ser grandes levantadoras no futuro”.

É o que acredita também Natália Zílio Pereira, 20, que foi a melhor jogadora da partida de estréia contra a Alemanha. “Elas têm plenas condições para substituir a Fofão”, disse a oposto à swissinfo.ch.

Uma das duas candidatas à sucessão de Fofão – Danielle (Dani) Lins, que devido a uma torção no tornozelo só foi escalada desde o início na semifinal contra a Holanda – recebeu um crédito de confiança especial do técnico: a faixa de capitã da seleção.

“Estou conseguindo levar a faixa de capitã tranquilamente. Existe a pressão de substituir a Fofão, mas estou me sentindo bem nesse papel porque as colegas estão me apoiando muito”, declarou em entrevista à swissinfo.ch (ouça os áudios na coluna à direita).

Importância do torneio

O Montreux Volley Masters, que se encontra em sua 25ª edição, tem um significado especial para o Brasil, que já o conquistou quatro vezes (1994, 1995, 2005 e 2006). “É o torneio que abre a temporada internacional e as jogadoras aproveitam esse campeonato para medir forças já contra as melhores equipes do mundo (só a dos EUA faltou este ano)”, explica Zé Roberto.

O técnico, no entanto, já pensa no principal desafio para 2009. “O principal campeonato pra gente este ano é o classificatório de junho no Brasil para o Mundial do ano que vem no Japão. A classificação para o Mundial é o que mais importa.”

Para Natália Pereira, o campeonato de Montreux é importante para o entrosamento e “para dar uma cara nova à equipe nesse primeiro ano de renovação após a Olimpíada”. Um ano em que o Brasil tem de aprender a lidar com seu novo status internacional, o de seleção que é “caçada” por todos.

Os organizadores do Montreux-2009 apresentam o Brasil como “quase imbatível”, mas a equipe continua com os pés nos chão. “A gente tem de trabalhar cada vez mais para procurar a perfeição e para manter esse título olímpico”, diz Natália. “O importante de Montreux é estar unindo o grupo, ajustando as coisas, começando com o pé direito o novo ciclo olímpico”, acrescenta Dani Lins.

Os resultados e a conquista do título mostram que a seleção brasileira não veio passar férias na Suíça, apesar da paisagem tentadora do Lago de Genebra com os Alpes ao fundo, que pode ser vislumbrada do hotel Suisse Majestic, onde a equipe está hospeda em Montreux. “O foco está todo no campeonato”, confirma Natália. O calendário do torneio só previu um dia de folga entre 9 e 14 de junho.

A capitã Dani Lins está convicta de que a equipe sai fortalecida deste “campeonato forte”, embora a pressão sobre as jogadoras, sejam veteranas ou novatas, não deva diminuir. “A pressão é nossa por sermos campeãs olímpicas, mas a gente tem que entrar na quadra para ganhar, não importando quem é o adversário”.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

25° Montreux Volley Masters (9-14/6/09)

Equipes
Grupo A: Brasil, Alemanha, China e Polônia
Grupo B: Cuba, Hojanda, Itália e Japão

Mais de 160 jogadoras e delegados
15.000 torcedores
150 jornalistas
Transmissão por 20 emissoras de TV para um público potencial de mais de 200 milhões de pessoas

400 voluntários auxiliam os organizadores

1.300 crianças e jovens disputam paralelamente um minitorneio de vôlei de praia em Montreux.

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