Brasil anuncia que receberá 2 milhões de vacinas anticovid da Índia
O governo brasileiro anunciou quinta-feira (21) que finalmente receberá os dois milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford fabricada na Índia nesta sexta-feira, o que permitirá reforçar a campanha de imunização que começou esta semana.
“O Ministério da Saúde informa que os dois milhões de doses do AstraZeneca devem chegar ao Brasil nesta sexta-feira, no final da tarde”, disse em breve nota.
A carga viajará em um voo comercial da companhia aérea Emirates para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e depois em um avião da Azul brasileira para o Rio de Janeiro, acrescentou.
Após anunciar a chegada iminente dessas vacinas na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira atribuiu o atraso à “pressão política” sobre o governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para priorizar a vacinação em seu próprio país.
Com mais de 213.000 mortes por covid, o Brasil está ansioso para receber estas vacinas para reforçar seu plano nacional de vacinação, que começou na segunda-feira com apenas 6 milhões de doses da CoronaVac. Ambos os imunizantes exigem duas doses, administradas no mês seguinte à primeira aplicação.
A vacina AstraZeneca/Oxford, desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), subordinado ao Ministério da Saúde, obteve autorização para seu uso emergencial no último domingo, em conjunto com o CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, do governo de São Paulo.
O governo brasileiro havia apostado pesado na vacina AstraZeneca para iniciar sua campanha de imunização, mas teve que se resignar a lançar a campanha com 6 milhões de doses do CoronaVac, defendida pelo governador paulista João Doria, potencial rival do Bolsonaro no 2022 eleições.
A segunda onda da pandemia está causando sérios estragos no Brasil. Em Manaus, capital do estado do Amazonas, o colapso do sistema de saúde levou à escassez de oxigênio nos hospitais e a um forte aumento no número de mortos. Segundo especialistas, a agressividade da doença é pior do que a da primeira onda e pode estar associada a uma variante do vírus identificada nesta região.
Cerca de 50 países começaram suas campanhas de vacinação há várias semanas, incluindo vários na região, como Argentina, Chile, México ou Costa Rica.