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Executivos marcam presença em escola suíça de negócios

MBA 2014: executivos brasileiros marcam presença no IMD Leila Barreto

Sétima maior economia do mundo, 200 milhões de consumidores e uma série de desafios estruturais, o Brasil tem muito a aprender assim como a ensinar ao mundo. E é justamente por isso que o número de executivos brasileiros em busca de uma formação internacional de primeira linha aumenta a cada ano.  Em Lausanne, na reconhecida escola de negócios IMDLink externo, a história não é diferente.


Atualmente, oito executivos brasileiros (6 homens e 2 mulheres) compõem uma turma de 90 alunos de MBA (Master in Business Administration) da escola. Um número recorde. A princípio, pode parecer pouco. Mas não é. A escola privilegia a diversidade em suas turmas e, por isso, no grupo de 90 alunos deste ano estão representadas 40 nacionalidades diferentes.

“Procuramos montar a melhor combinação possível de nacionalidades, culturas, línguas, gêneros e atuação em indústrias diversas”, afirma Ralf Boscheck, diretor do programa. “E o Brasil não pode ficar de fora.” Os brasileiros, que têm  em comum a nacionalidade e a faixa etária, trazem formação e  experiências bem diversificadas.

“Além da qualidade do curso, escolhi o IMDLink externo porque é uma escola que é focada na diversidade dos alunos e professores.  A faixa etária dos alunos – 31 anos – também é um pouco mais alta do que a dos MBAs americanos”, explica Diego Barreto, 31 anos. O executivo tem um plano de carreira claro, que é sair da área financeira para atuar no gerenciamento geral da empresa onde trabalha, a OAS, que atua no setor de engenharia e infraestrutura. “Por isso, o MBA me ajuda a entender as diversas facetas do negócio.”

SOBRE O IMD

Criada em 1990, a escola IMD (International Institute for Management Development) é  a sucessora de duas escolas de negócios independentes: o IMI, fundado em 1946 em Genebra pela Alcan, e o IMEDE, criado em Lausanne em 1957 pela Nestlé.  A escola ocupa a liderança do ranking de Educação Executiva no Mundo, publicado anualmente pelo jornal inglês Financial Times, e o primeiro lugar no ranking do ranking dos chamados Programas Abertos, também do Financial Times.

Além do MBA, a escola oferece um série de programas abertos a executivos e organiza programas customizados para empresas. De acordo com a escola de negócios, todo anos, 8 000 executivos de 98 países passam pelo IMD para participar de um de seus cursos. A diversidade também faz parte do próprio time. Entre seus funcionários e professores estão representadas mais de 34 nacionalidades. 

A paulistana Beatriz Peloia, 27 anos, trabalhava em Paris no International Finance Corporation, uma instituição que pertence ao Banco Mundial, quando decidiu aplicar para o MBA. “Pelo fato de a turma ser menor que as das outras escolas, com 90 alunos, temos muito mais contato com os colegas de classe, com os professores e coordenadores. E isso faz, sim, uma bela diferença”, diz Peloia.

Além das aulas e atividades programadas, a turma de brasileiros aproveitou a intensa presença do Brasil no mídia mundial no primeiro semestre deste ano – com as notícias sobre os protestos, depois o evento da Copa do Mundo – para fazer algumas apresentações sobre o país. Organizaram também eventos paralelos na casa dos estudantes. “Muitos alunos do MBA não tinham ideia da força econômica do país e das oportunidades”, afirma o executivo Rodrigo Jardim, 32 anos.

Em sala de aula

Não é a toa que a própria escola tem usado as histórias de sucesso de empresas brasileiras como material em sala de aula. São os chamados “business cases”. São histórias reais das empresas, estruturadas e apresentadas aos alunos para que conheçam exemplos concretos do mercado. E, assim, aprendam na prática.

“Um dos casos que estudamos foi a compra da Anheuser-Busch pela Inbev”, lembra Jardim. Business Cases da Petrobrás e da marca Havaianas (Alpargatas) também foram apresentados e discutidos em sala de aula.

Outra atividade programada é uma viagem ao Brasil em agosto. O único professor brasileiro do IMD, Carlos Braga, acompanhará uma turma de alunos do MBA numa visita a empresas brasileiras. No roteiro estão organizações como Vale do Rio Doce, Camargo Corrêa, Embraer e Natura.

“Nossos business cases são internacionais.  Temos também várias iniciativas de pesquisa na América Latina”, afirma Ralf Boscheck.  “A escola é muito sensível às diversidades. E isso faz com que o nível das discussões seja alto”, afirma Diego Barreto.

Vale lembrar também que a ideia de que o executivo brasileiro e as empresas brasileiras se concentram majoritariamente no mercado doméstico nem sempre corresponde à realidade.  “Veja o caso da OAS, uma empresa brasileira, gerenciada por profissionais brasileiros, que em menos de 10 anos ampliou sua atuação em 21 países. Cresce 40% ao ano e 25% de sua receita são provenientes do mercado externo”, conta Barreto.

Sustentados por esses e vários outros exemplos de crescimento, os executivos brasileiros têm ganho mais visibilidade no mercado internacional. “Sentimos que o capital humano brasileiro tem sido mais reconhecido”, afirma Barreto.  A missão desses profissionais agora é alimentar e sustentar esse ciclo virtuoso, focando não apenas nos resultados mas numa gestão mais humana, sustentável e responsável. 

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