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Brinquedos e jogos fazem a festa no Natal

Eletrônicos ou tradicionais? Brinquedos são sempre presenteados no Natal Keystone

Brinquedos tradicionais, como jogos de tabuleiro, ursos de pelúcia e Lego estão sumindo das prateleiras neste Natal. E os jogos eletrônicos interativos também se vendem muito bem.

Segundo a indústria, as vendas de brinquedos na Suíça não parecem ter sido afetadas pela crise econômica. O setor de jogos eletrônicos ainda espera um ligeiro aumento impulsionado pelas inovações do mercado.

















O Natal é um momento crucial para os varejistas de brinquedos, que realizam durante o período 50% do volume das vendas. O faturamento do setor é estimado em 433 milhões de dólares para este ano.

“As vendas de brinquedos de Natal parecem bastante estáveis”, declarou à swissinfo.ch Sandro Küng, da Associação Suíça de Brinquedos, que representa os comerciantes.

“Nós não dependemos da economia porque as pessoas não economizam dinheiro em brinquedos, mas também não gastam mais quando ganham mais”.

Mas alguns varejistas, como o grupo Migros, líder no mercado, já registram vendas melhores do que no ano passado. Entre seus produtos mais vendidos estão Lego, Playmobil e brinquedos de pelúcia.

Outros varejistas dizem que jogos de tabuleiro, bonecas e jogos ao ar livre são bem populares, mostrando que mesmo na época dos iPhones e outros “ais”, o tradicional continua na moda.

“Eu vejo os jogos eletrônicos mais como um complemento aos brinquedos tradicionais. Os brinquedos eletrônicos não podem substituir uma boneca, blocos de construção Lego ou um jogo de tabuleiro”, confirmou Sandro Küng.

E, tendo em vista a análise das tendências de Natal feita pela Associação Suíça de Brinquedos, uma coisa é certa: ainda é Lego para os meninos e Barbie para as meninas.

Jogar em família

Entre os jogos de tabuleiro, Banco Imobiliário e o jogo de madeira da WWF, Madagascar, são os que vendem mais.

Jornalista especializado no assunto e membro do júri do “Game of the Year”, prêmio concedido aos melhores jogos de carta ou tabuleiro dos países de língua alemã, Tom Felber tem observado que as pessoas – adultos incluídos – estão gostando cada vez da experiência social de jogar esses jogos.

“Houve um grande impacto de eletrônicos. Acho que agora é a reação, porque as pessoas começam a perceber que também precisam de algo mais”, disse.

O Jogo do Ano de 2010, por exemplo, foi o Dixit, um jogo altamente comunicativo que pode ser jogado por toda a família.

Segundo Tom Felber, a outra tendência importante é que o mercado está sendo inundado com novos jogos. Quando ele começou a participar do júri há dez anos atrás, teve que testar cerca de 100 a150 jogos. Agora, existem mais de 1.000.

Alguém joga tênis?

O mercado de jogos eletrônicos na Suíça, que movimentou 400 milhões de dólares em 2009, de acordo com uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers, também faz entre 40 a 45% do seu faturamento durante o período natalino.

O setor sofreu com a desaceleração econômica no ano passado e no primeiro semestre de 2010. “Mas o terceiro trimestre foi melhor [faturamento em alta de 3,8% em relação ao trimestre de 2009], e as vendas de Natal parecem ser muito boas”, disse à swissinfo.ch Peter Kuster, porta-voz da Associação Suíça de Entretenimento Interativo.

Inovações em hardware, em falta nos últimos anos, incentivam as pessoas a comprar, pois lançam mais jogos no mercado, acrescentou o pota-voz.

As tendências são os novos consoles PlayStation Move e Microsoft Kinect com jogos mais interativos que permitem jogar tênis contra Roger Federer ou partidas de futebol mais autênticas (FIFA 11). Jogos online também estão fazendo muito sucesso.

Embora o mercado suíço não seja tão desenvolvido como os do Japão e dos Estados Unidos, Kuster diz que os suíços estão entre os que mais jogam na Europa.

Tudo indica que o setor vai crescer ainda mais: a pesquisa da PwC mostrou que o mercado de videogames da Suíça deve aumentar 6,9 % por ano, chegando a 561 milhões de dólares em 2014 – o segundo setor de crescimento mais rápido do ramo após a publicidade na Internet.

Demanda generalizada

As vendas de brinquedos tradicionais apresentam um quadro diferente. Em 2001, chegaram a 490 milhões de dólares. Mas a explosão dos jogos online provocou uma grande queda, disse o representante da associação de brinquedos.

“Tem também outros fatores: a baixa taxa da natalidade, que significa menos crianças, e o fato das crianças estrangeiras terem uma outra cultura de jogo. Elas brincam com outros brinquedos e não compram tanto quanto as crianças suíças”, observou.

O mercado de brinquedos parece estar se recuperando agora – depois de ter caído para os 400 milhões em 2008 – e os jogos eletrônicos parecem não causar mais tanto impacto negativo no setor, diz Küng.

“Se o mercado de jogos eletrônicos cresce, o mesmo acontece com o mercado de brinquedos tradicionais”, disse.

Existem várias marcas de brinquedos e jogos que são de confiança dos consumidores e seus produtos alcançam, normalmente, ótimas vendas durante o período de Natal.

Jogo do Ano (ver link) é um prêmio para jogos de cartas ou tabuleiro em países de língua alemã. É atribuído por um júri independente. Ele existe desde 1979.

O Prêmio de Melhor Brinquedo da Suíça (ver link), é organizado pela Associação Suíça de Brinquedos desde 2007. O júri é composto pelos consumidores. Este ano, mais de 15 mil crianças participaram, julgando brinquedos em seis categorias, mais uma para adultos. 

Enquanto a maioria dos europeus terá que economizar neste Natal, estudos recentes do varejo têm mostrado que os suíços estão gastando mais do que no ano passado: incluindo 1,2% a mais do que no ano passado em presentes, comida e saídas no Natal.

No entanto, a Secretaria de Estado de Assuntos Econômicos (Seco) diz que a economia suíça está passando por um período de recessão, pois há “fortes indícios” de que o desenvolvimento das exportação vai piorar no próximo ano. O grupo de especialista do governo disse que, dada a relativa resiliência do mercado nacional até agora, a recessão prevista deve ser limitada.

A previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) passe de 2,7% em 2010 para 1,5% em 2011.

Adaptação: Fernando Hirschy

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