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Cérebro permite aprender sempre

O cérebro não perde a plasticidade, base da aprendizagem Keystone Archive

A Semana Internacional do Cérebro possibilita tomar conhecimento das últimas descobertas científicas. Uma delas é que a perda de neurônios é mínima que o cérebro se regenera.

Durante muito tempo, acreditou-se que o ser humano nascia com um certo número de neurônios e que eles iam morrendo sem ser substituídos. Hoje essa idéia é totalmente desmentida pelos resultados das últimas pesquisas científicas.

Plasticidade é a base da aprendizagem

“Não somente a perda de células nervosas é mínima e limitada a algumas zonas como o cérebro é capaz de regenerar-se fabricando novos neurônios”, afirma o professor Pierre Magistretti, neurobiologista do Instituto de Fisiologia da Universidade de Lausanne, oeste da Suíça.

Melhor ainda: os cientistas descubriram que a plasticidade do cérebro, tida como privilégio da juventude – também mantém-se com a idade. “A plasticidade é a base da aprentizagem. É a faculdade dos neurônios estabelecerem novas conexões entre eles”, explica o prof. Magistretti.

Novos desafios

Isso significa que não há idade para aprender uma língua estrangeira ou um instrumento musical. “Isso não só é possível como altamente recomendável”, afirma Magistretti.

Para ele, o importante é lançar novos desafios porque as atividades rotineiras não favorecem a manutenção nem o desenvolvimento das faculdades cerebrais. Só as novas atividades permitem estabelecer novas conexões (também chamadas de sinapses) entre os neurônios.

“Algumas das novas sinapses são mais eficazes que as antigas”, constata o prof. da Universidade de Lausanne. O cérebro portanto não tem uma estrutura pronta como um computador. As ligações internas são feitas e desfeitas à medida que a máquina trabalha.

Sabedoria popular

Isso não quer dizer que o cérebro não envelheça. As novas conexões podem ser estabelecidas em qualquer idade mas a densidade global diminui com o tempo. Magistretti explica que esse fenômeno atinge mais algumas zonas do cérebro que outras como a memória imediata, por exemplo.

A novidade portanto, é que é possível envelhecer melhor. Finalmente, conclui Magistretti, “as descobertas recentes dão razão à antiga ditado popular em que os idosos tinham mais sabedoria”.

swissinfo/Marc-André Miserez

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