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Cai o número de trabalhadores pobres na Suíça

As pessoas sem formação correm mais risco de tornarem-se " Working Poor". Keystone

A parcela da população que trabalha mas vive abaixo do nível de pobreza na Suíça diminuiu ligeiramente porque a conjuntura econômica melhorou.

Em 2004, havia 211 mil pessoas nessa situação, 20 mil a menos do que no ano anterior.

Segundo o novo estudo divulgado segunda-feira (21/11) pelo Serviço Federal de Estatística (OFS), a parcela da população ativa que trabalha a tempo integral mas não consegue satisfazer as necessidades básicas (os chamados “working poor») caiu para 6,7% no ano passado, depois de ter chegado a 7,4% em 2003).

Variando entre 6,4% e 7,9% neste início do século XXI, as taxas são sistematicamente mais baixas do que os 8 e 9% registradas entre 1996 e 2000 – período particularmente desfavorável no mercado de trabalho.

Nos últimos meses de 2004, a situação foi melhor do ponto de vista do crescimento econômico e do emprego, com estabilização do desemprego entre 3,7 e 3,9%, em média nacional.

“Quando o desemprego está em alta, isso afeta também esse tipo de trabalhador, com um mercado mais tenso e mais competitivo”, explica Eric Crettaz, da OFS.

Para os autores do estudo, “parece haver uma certa estabilização” do número de trabalhadores pobres, depois do pico de 2003. Mas eles se recusam a fazer prognósticos, porque a taxa de trabalhadores pobres depende em parte da evolução conjuntural sempre difícil de prever.

Famílias monoparentais

Além das questões conjunturais, todos são iguais diante do risco de tornar-se «working poor», afirma a OFS.

As famílias monoparentais, as famílias numerosas, as pessoas sem formação e os estrageiros de países que não pertencem à União Européia (UE) são particularmente expostos à pobreza.

O estatuto profissional também é um fator: os independentes são mais ameaçados pela pobreza do que os empregados, sobretudo os independentes que trabalham sózinhos.

O tipo de contrato de trabalho também deve ser considerado: o estatuto salarial dos ativos com contrato de trabalho por tempo limitado ou os retomam uma atividade depois de um tempo sem trabalhar, são mais frágeis.

Salário mínimo

«Este estudo prova que o problema da pobreza na Suíça continua atual”, afirma Fraces Trezevant, da Obra suíça de Ajuda Operária (OSEO). A Ong afirma que ligeira baixa de número de trabalhadores pobres é uma boa notícia e espera que a tendência se mantenha.

“O mecanismo econômico não funcional quando se trabalha e não se consegue ganhar a vida”, acrescenta a porta-voz da OSEO. Como os sindicatos, ela preconiza um salário mínimo de 3 mil francos suíços. Não existe salário mínimo na Suíça. Eles são negociados por categoria entre patrões e sindicatos, nas chamadas convenções coletivas.

No entanto, a OSEO reitera que a formação continua sendo uma prioridade na Suíça.

swissinfo com agências

Em 2004, a Suíça tinha 211 mil «working poor»
En 2003, eram 231 mil
A porcentagem passou de 7,4% en 2003 a 6,7% em 2004

– Trabalhadors pobres: pessoas de 20 a 59 anos que trabalham mas não tem renda suficiente para sair da pobreza.

– Na Suíça, o limite abaixo do qual uma pessoa é considerada pobre é de 2.490 francos para uma pessoal sózinha.

– Para um casal com duas crianças, o limite é de 4.603 francos suíços.

– O limite é calculado depois de deduzidas cotizações sociais e impostos.

– Não existe salário mínimo na Suíça.

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