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Castelos suíços cercados de água

Foto mostrando o castelo de Chillon, próximo a Montreux. Keystone Archive

As fortalezas e os castelos suíços são atrações para adultos e crianças na Suíça.

As mais famosas construções medievais são os chamados “Wasserburgen” (castelos de ‘água), edificados à beira de lagos ou rios, ou circundados por um fosso de água. A Suíça ainda possui belos exemplares para serem admirados.

Estes castelos, circundados por água, ainda conservam uma aura do romantismo de outrora. E fazem reviver os tempos em que o bem e o mal eram conceitos estanques e claramente definitos, e a nobreza e o clero ditavam os rumos da plebe.

Na Idade Média, praticamente todos os castelos que não estavam situados em colinas ou penhascos – possuindo, assim, uma proteção natural contra o ataque inimigo – tinham, do lado de fora das muralhas, um fosso de água.

Suíça – o país dos castelos

Na Suíça, devido ao seu relevo montanhoso, a maioria dos castelos foi construída em lugares elevados, no cimo de montes ou encostas de vales, de onde se possuía uma vista privilegiada do que acontecia ao redor. Até hoje, encontram-se no país inúmeros castelos, fortalezas e torres de vigilância, em diferentes estados de conservação. Às vezes, restam apenas as ruínas das muralhas de proteção.

Durante o Renascimento e, mais tarde, com o surgimento do historicismo, no século XIX, houve uma retomada de elementos medievais na arquitetura, principalmente de elementos de defesa, caracterizando certa idealização dos castelos e fortalezas medievais. Com fins representativos, a nobreza mandou adornar a fachada de seus palácios rurais com frontões triangulares de recorte dentado, pequenas torres salientes e muradas com merlões, para estar atualizada com os novos (velhos) padrões arquitetônicos. Estes elementos, usados antes para defesa, adquirem, então, uma função decorativa, ao mesmo tempo que funcionam como um resgate do passado arquitetônico.

O Castelo de Bottmingen

O castelo Bottmingen, localizado no fundo do vale Leimental, foi construído às margens do rio Birsig, cujas águas foram canalizadas para formar um fosso especial: uma lagoa quadrada, no meio da qual encontra-se o castelo, como se fosse uma illha. Este castelo, com suas torres, relembra os castelos construídos na Borgonha, na Savóia e no cantão suíço de Vaud no século XIII.

A história do castelo é tão variada quanto a história de seus proprietários. Tanto a fachada como o interior registram diferentes épocas e tendências. Para se ter um idéia, em 1720 a construção medieval foi completamente reformada e transformada em um palácio barroco com características francesas.

No século XIX, o jardim de estilo francês cedeu lugar a um parque nos moldes ingleses. Em 1939, este belo castelo foi tombado pelo Patrimônio Histórico. Desde 1957, o castelo Bottmingen, que abriga um restaurante e tem vários cômodos abertos ao público, é propriedade do cantão de Basiléia.

O Castelo Oberhofen, à beira do Lago de Thun

O imponente e suntuoso castelo Oberhofen, com seu belo parque aberto ao público, está localizado diretamente às margens do Lago de Thun. O esplêndido panorama alpino que se vislumbra do castelo cria uma atmosfera única. Em dias de céu límpido, sua rica fachada espelha-se nas águas claras do lago. Originalmente, o castelo Oberhofen era protegido pela água do lago, possuindo, provavelmente, um acesso pelo mesmo. Do outro lado – o que dá para a cidade -, muralhas e fosso de água garantiam a segurança.

O Castelo Oberhofen também passou por várias reformas e restaurações. Há documentos oficiais que registram os gastos efetuados nas reparações do fundamento do castelo, comprovando as constantes preocupações com a ameaça que a água do lago representava para o terreno e seus alicerces. O fosso acabou por ser fechado, por questões de higiene e para não comprometer mais o fundamento do prédio. Em 1954, o castelo Oberhofen foi transformado em museu estando, assim, aberto ao público.

O Chateau Chillon

O Chateau Chillon, localizado em Montreux e construído sobre uma ilha no lago de Genebra, carrega a fama de ser o mais famoso dos castelos suíços. O castelo Hallwyl, no vale Seetal, no cantão de Aargau, é considerado o mais belo. Ambos atraem um sem-número de visitantes e fazem parte dos passeios obrigatórios de todas as escolas suíças.

O grandioso complexo do Chateau Chillon, com sua torre principal, inúmeros cômodos mobiliados, muralhas, depósitos de armas e uma capela dedicada a São Jorge, transporta o visitante para épocas passadas e aguça a sua imaginação. O chateau, inteiramente mobiliado em estilo original, é considerado o registro mais completo e fiel de uma fortaleza medieval.

Castelo Hallwyl

Exposições temáticas são a principal atividade no Castelo Hallwyl, que, segundo determinação registrada na certidão de doação do castelo (de 1993) – que agora é propriedade do cantão Aargau -, deve privilegiar temas ligados à história da nobre família Hallwyl.

Este castelo também tem um passado histórico muito rico. Este ano, após recente restauração, o castelo servirá de cenário para a apresentação de uma ópera. Esta atividade faz parte das comemorações dos 200 anos do cantão de Aargau.

Em agosto de 2003, Hallwyl será palco para a ópera “Entführung aus dem Serail”, de Mozart. Os mais de 200 participantes, divididos entre palco e bastidores, vão trabalhar para que a bem-humorada história de amor de Mozart se transforme em um grande espetáculo artístico a céu aberto. Serão utilizados inclusive barcos com remadores, no fosso do castelo, para transportar os atores durante o espetáculo.

Mesmo no século XXI, em plena era tecnológica, os castelos e as fortalezas medievais não perderam nem um pouco do fascínio que sempre exerceram sobre o homem. Eles estão aí, circundados por água, embelezando a paisagem e, como símbolos da transitoriedade histórica, construindo pontes entre o passado e o presente.

swissinfo, Brigitta Javurek
Traduzido por Fabiana Macchi

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