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Chegada ao Brasil em meio às expectativas

Encontro no Itamaraty swissinfo.ch

Onze horas de voo de Zurique à São Paulo, desembarque e mais um voo até Brasília. A viagem ocorre em um ritmo intenso. O primeiro dia é marcado pelo encontro entre os governos.

No avião da Swiss, o repórter que escreve estas linhas sentou-se ao lado de uma das participantes da delegação, a ex-ministra suíça e atual presidente da OSEC, Ruth Metztler-Arnold. Em sua primeira viagem ao Brasil, ela passou grande parte da madrugada lendo relatórios sobre a situação econômica do país. “Qual é o salário médio de uma família da classe média no Brasil?”, questionou. “Como funciona o Mercosul”, foi outra das questões. A ex-política como outros empresários no grupo têm em comum o interesse pelos potenciais que o Brasil oferece.

Um deles, Rainer von Schack, é uma prova concreta. Diretor-presidente da Matisa matériel industriel S.A., o alemão radicado na Suíça há mais de três décadas, vendeu máquinas especiais para a companhia Vale do Rio Doce. Elas são capazes de montar automaticamente trilhos para linhas de trem, tanto ajustando o cascalho como montando os trilhos. Em sua primeira viagem ao Brasil, ele está na expectativa de encontrar pessoalmente representantes do governo brasileiro e também do empresariado. “O contato pessoal é muito importante”, afirma.

Em Brasília, o chefe da delegação, o ministro suíço da Economia, Johann Schneider-Ammann, explicou antes do início da agenda de encontros os objetivos da viagem. “Abrir as portas de um país que está distante, uma grande economia”, afirmou. “Queremos reforçar as relações bilaterais, especialmente em setores como o farmacêutico, a indústria alimentícia e de máquinas”, acrescentou. Frente aos empresários, diplomatas e jornalistas, o ministro também explicou o desejo de dar impulso a um possível acordo de livre-comércio entre a Associação Europeia de Livre Comércio (AELC), da qual a Suíça faz parte, e o Mercosul. “Isso vai dentro da lógica de outras negociações que estamos tendo com países do Brics como a Índia, China e Rússia”.

Em seguida, o presidente da Federação das Empresas Suíças (economiesuisse), Gerold Bührer, também confirmou o interesse por parte das empresas helvéticas no mercado brasileiro, mas também ressaltou a necessidade delas de obterem mais informações sobre “inúmeras incertezas, tanto do ponto de vista político como social”. À sua frente, Jean-Daniel Pasche, presidente da Federação das Indústrias Relojoeiras Suíças, concretizou essas dúvidas. “Precisamos discutir com os interlocutores brasileiros sobre o problema das falsificações e dos impostos, algumas das dificuldades que sofremos para entrar no mercado brasileiro.”

Durante um encontro posterior com o embaixador Tovar da Silva Nunes, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os jornalistas suíços questionaram-no sobre o interesse do país em relação a um tratado de livre-comércio com a AELC (e a Suíça, enfim). “Não queremos nos engajar em compromissos sem definir, ao mesmo tempo, os benefícios”, afirmou o diplomata. “Estamos interessados em acordos concretos, mas fazer um só pelo fato dele ser positivo não ajuda”.

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