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Cidades relojoeiras se integram ao patrimônio mundial

Planejadas, as ruas de La Chaux-de-Fonds têm seu valor histórico. Keystone

Como previsto, o comitê da Unesco, reunido em Sevilha, na Espanha, integrou ao patrimônio mundial as cidades relojoeiras suíças de La Chaux-de-Fonds e Le Locle, ambas no cantão de Neuchâtel (oeste).

A Suíça passa, assim, a ter 11 monumentos inscritos no Patrimônio Mundial da Unesco.

Com menos de um ano de inscrição da linha ferroviária Bernina (leste) e do sítio tectônico de Sardona (nordeste) no Patrimônio Mundial da Unesco, a Suíça acrescenta mais uma nova atração na lista de bens culturais e naturais de valor universal.

Neste sábado, reunido em Sevilha, o comitê da Unesco – composto de membros dos 186 países que assinaram a Convenção do Patrimônio Mundial – inscreveu as duas cidades suíças no patrimônio universal.

A Suíça havia apresntado em dezembro de 2007 o dossiê de candidatura das cidades de La Chaux-de-Fonds e Le Locle, cidades consideradas como exemplos da simbiose entre o urbanismo e a indústria relojoeira. Os defensores das duas cidades defenderam seus argumentos em Sevilha, onde se reuniu a ICOMOS, órgão de consultoria da Unesco, que fez uma avaliação positiva das duas cidades, em maio último.

Simbiose entre indústria e urbanização

Localizadas a mil metros de altitude, La Chaux-de-Fonds e Le Locle tornaram-se, em algumas décadas, duas cidades marcadas pela indústria relojoeira. Apesar do clima rude, distantes das principais vias de comunicação e da ausência de matérias-primas, elas souberam aproveitar dos progressos da industrialização.

Quanto aos dois incêndios que as destruíram no final do século 17 e no século 18, elas souberam ultrapassar e criar um futuro arquitetural.

Na primeira impressão, La Chaux-de-Fonds e Le Locle podem parecer monótonas e insignificantes. Contudo, elas possuem um valor histórico e arquitetural excepcional. As ruas, edifícios e as fábricas foram construídas para atender às necessidades de uma indústria nascente, que tornou-se posteriormente o símbolo da região.

Ignorando as mudanças do século 19, as duas cidades se transformaram em “manufaturas relojoeiras únicas”, como as descreveu Karl Marx. Comparáveis a outras cidades nos Estados Unidos em razão do desenvolvimento urbano e do Multiculturalismo, elas acolheram um grande número de imigrantes, na maioria italianos.

Fato notável, o progresso econômico foi acompanhado de real vontade política de justiça social. A industrialização relojoeira permitiu desenvolver em paralelo a educação e a cultura, o que colocou essas duas cidades à frente do resto do país nessas duas áreas.

Le Corbusier na lista de espera

Além da candidatura de La Chaux-de-Fonds e Le Locle, a Suíça também apresentou a candidatura da obra do arquiteto Le Corbusier, nascido justamente em La Chaux-de-Fonds.

Apresentada conjuntamente pela Argentina, Alemanha, Bélgica, Japão, França e Suíça, essa candidatura foi considerada incompleta pelo Comitê da Unesco, e deverá ser completada para o próximo ano.

A candidatura repertoriava 22 edifícios que, em contextos muitos diferentes, testemunham a criatividade e a versatilidade incomparáveis do arquiteto franco-suíço. Quatro dessas obras estão na Suíça: duas em La Chaux-de-Fonds, cidade natal de Corbusier, uma em Genebra e outra às margens do Lago Léman.

Porém, ao contrário duas cidades do estado (cantão de Neuchâtel), era sabido aue a candidatura da obra de Le Corbusier levaria mais tempo. ICOMOS havia recomendado adiar a inscrição, o que significa que tinha razão já que a candidatura deverá ser completada e reapresentada..

Stefania Summermatter, swissinfo.ch

Em 27 de outubro de 2008, a Suíça apresentou sua candidatura a um dos 21 lugares do Comitê do Patrimônio Mundial.

Esse órgão define as políticas a adotar em matéria de proteção de bens culturais e naturais. Ele escolhe também os sites que serão inscritos na lista.

As eleições serão em outubro de 2009, em Paris, sede da Unesco.

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