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Ciência e música para construir pontes com o Brasil

Edifício do Departamento de Química da ETH, em Zurique Keystone

A arte e a ciência nem sempre caminham de mãos dadas, mas quando isso acontece, o resultado é sempre positivo.

Com esse pensamento, o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH, na sigla em alemão), considerada uma das dez melhores universidades técnicas do mundo, iniciou uma turnê de intercâmbio acadêmico no Brasil trazendo como cartão-de-visita a ETH Big Band, grupo de jazz formado por alunos e ex-alunos do instituto.

Composta por vinte músicos, a ETH Big Band iniciou sua turnê no Brasil com uma apresentação no Parque das Ruínas, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, realizada na manhã de domingo (10). Na segunda-feira (11), o grupo suíço iniciou uma série de apresentações em universidades brasileiras com a realização de um concerto no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A turnê da ETH Big Band no Brasil terá seqüência com um concerto a se realizar na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na quarta-feira (13). Dois dias depois, na sexta-feira (15), outro concerto está previsto para a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, os músicos suíços também se apresentaram na segunda-feira (11) para crianças e adolescentes da Escola Suíço-Brasileira do Rio de Janeiro.

Novos parceiros

Em cada uma das três universidades, além de tocar, os jovens músicos suíços organizam palestras para falar sobre a banda e sobre os estudos na ETH. Ao mesmo tempo, uma pequena delegação comandada pela coordenadora científica da ETH, Rahel Byland, fará reuniões com as reitorias e direções acadêmicas das universidades com o objetivo de estabelecer contatos para futuros intercâmbios entre os dois países.

O instituto quer buscar novos parceiros no exterior e o Brasil, afirma Rahel, é uma das prioridades da ETH: “Na Suíça, nós estabelecemos alguns países como foco para nossa colaboração científica e educacional. Esses países, no momento, são Brasil, China, Japão, Índia, Coréia do Sul e África do Sul. Estamos tratando de intensificar nossa relação com as universidades nesses países”.

O próximo passo após esse giro pelo Brasil, segundo a coordenadora científica da ETH, já está claro: “Para nós, é estabelecer um canal de contato permanente entre as universidades e, dessa forma, facilitar o intercâmbio futuro entre os estudantes suíços no Brasil e os estudantes brasileiros na Suíça. Atualmente, nós não conhecemos muito bem o sistema no Brasil, assim como não conhecemos a qualificação dos estudantes. É difícil selecionar os estudantes que irão à Suíça”, diz.

Conectados

Manager (empresário) da ETH Big Band, Roland Meier conta que essa é a primeira vez que o grupo vem ao Brasil. Anteriormente, foram realizadas turnês semelhantes na Índia e na China, sempre com o apoio da ETH e de um grupo de patrocinadores: “A idéia da big band é dar também a essa missão um perfil um pouco diferente, com a música, com a cultura. O objetivo é dar a essa viagem algo a mais além de seu caráter de negociação acadêmica e mostrar um pouco mais da face da ETH”, diz.

Meier afirma que a ETH Big Band acaba de gravar um álbum intitulado “Get Connected”, do qual foi extraída a maioria das músicas que compõem o repertório dos concertos no Brasil. “Esse é também o slogan da associação de ex-alunos Alumni e cai muito bem neste momento, pois queremos mesmo nos conectar com as universidades de outros países. Saber que os alunos da ETH fazem também música nos ajuda muito no contato com as pessoas”.

País Tropical

Fundada em 1993, a banda é composta por estudantes que fazem seu doutorado na ETH e por outros que já terminaram o doutorado e começaram uma profissão: “O atual líder da banda, um dos que fundou o grupo, é doutor engenheiro e tem sua própria empresa de pequenos helicópteros. Há também duas ou três pessoas que são da Universidade de Zurique e também da Alta-Escola de Música. Mas, em sua maioria, os músicos são mesmo estudantes da ETH”, afirma Meier.

Segundo o manager, “a música fica a cargo dos músicos” e a ETH não intervem e os deixa livres para programar o que será tocado: “A cada vez, eles se adaptam um pouco. Cada vez que vamos a um novo país, eles escolhem uma ou duas melodias e pedem a um músico que faça um arranjo para a banda. Na Índia, nós tocamos o tema de ‘Slumdog Millionaire’, que todos os indianos conhecem e foi um grande sucesso. Na China, fizemos algo semelhante e aqui no Brasil nós tocaremos ‘País Tropical’. Essa será nossa surpresa para o público brasileiro”.

Rahel Byland afirma esperar que a turnê brasileira sirva também para que a ETH possa estreitar relações com o universo científico brasileiro.

“Para nós, essa é também uma missão de busca, pois temos contato com cientistas brasileiros, mas não com muitos, e precisamos conhecer melhor como funcionam as coisas no Brasil em termos de pesquisas, de estudos e tudo o mais. Para nós, é muito importante conhecer como é o sistema no Brasil, para assim podermos estabelecer ligações”.

Segundo a coordenadora científica do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Rahel Byland, o concerto e a palestra realizados na Escola Suíço-Brasileira do Rio de Janeiro foram parte fundamental da missão acadêmica e científica da ETH no Brasil.

“Os estudantes da Escola Suíça também são candidatos em potencial a estudar futuramente na ETH. Então, para nós é interessante conhecer os alunos e seus pais e poder apresentar a eles a nossa escola”.

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