Suíços de olho no mercado iraniano
O Irã é o quarto parceiro comercial da Suíça no Oriente Médio, após Israel, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Uma visita oficial de nível de secretário de Estado deve estimular trocas e favorecer aproximação e colaboração política e cultural bilateral.
O secretáro de Estado do Ministério suíço das Relações exteriores, Franz von Däniken, acaba de realizar visita oficial de 3 dias ao Irã. Ocasião para abordar questões políticas, econômicas e culturais que dificultam um melhor relacionamento entre os dois países.
A posição da Suíça é reforçada pelo fato de ela representar os interesses americanos no Irã desde 1980, quando houve ruptura entre Washington e Teerã em conseqüência de seqüestro de pessoal da embaixada dos Estados Unidos na capital iraniana. Sob ângulo político a Suíça pode então servir de intermediária para tirar o Irã do isolamento em que se encontra em relação à maioria dos países ocidentais. Por outro lado o interesse maior é reforçar laços comerciais com as autoridades do Irã, um país (de cerca de 60 milhões de habitantes) de particular peso na região. É um interesse econômico baseado no fato de que o mercado iraniano tem potencialidade de crescimento. No Oriente Médio, o Irã já é o quarto parceiro comercial com a Suíça, mas pode então melhorar essa posição. A esse respeito, a Suíça espera que o Parlamento iraniano ratifique acordo sobre proteção de investimentos.
Resta que essa aproximação é delicada. E como realçou Franz von Däniken, o diálogo bilateral tem limites: “Para eles, a aplicação do direito religioso deve se realizar de maneira rigorosa, o que leva a injustiças, segundo nossos critérios”. E von Däniken acrescentou que se deve ficar aberto a um diálogo com um país onde ocorrem violações dos direitos humanos.
No campo político, o Irã deseja contatos regulares mais estreitos com a Suíça e uma colaboração maior no âmbito das organizações internacionais, explicou o secretário de Estado. E a propósito, o governo suíço prometeu entrar com quase meio milhão de dólares para o programa do Alto Comissariado da ONU para refugiados consagrado justamente aos refugiados afgãos no Irã.
Por fim, o Irã espera colaboração mais eficaz no combate à produção e o tráfico da droga lprocedente do Afeganistão. (gb)
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