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Empresa suíça faz comunicação entre árbitros da Copa

Serey Die
Todos os árbitros da Copa se comunicam através da tecnologia suíça. Keystone

Todo mundo já viu que os juízes e bandeiras no Mundial se comunicam entre si através e um pequeno microfone e fones de ouvido. Essa tecnologia é fornecida pela empresa suíça Fhonak.

Em geral, o que nos interessa nas partidas é o jogo. Mas, de vez em quando, todos os olhares vão para o árbitro. Aí os mais observadores notam que o juiz e bandeirinhas usam um pequeno fone de ouvido e um discreto microfone. Esse aparelho se chama ComCom e foi concebido por uma empresa da cidade de Morat (em francês) ou Murten (em alemão), no cantão de Friburgo, oeste da Suíça.

A Phonak Comunicações, instalada na região desde 1992 , é uma das líderes mundiais na concepção e comercialização de aparelhos para pessoas com deficiência auditiva.  Então porque encontramos esses aparelhos nos campos de futebol? “É importante mostrar às pessoas que têm problemas auditivos que nossa tecnologia também pode ser útil às pessoas válidas”, explica Hans Mülder, diretor de marketing da empresa.

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“Durante o jogo, os árbitros não podem ver tudo. Nosso sistema permite que eles se comuniquem”, acrescenta.  No entanto, os próprios árbitros não eram entusiastas em usar os fones de ouvido quando a ideia foi lançada na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Hans Mülder lembra-se do jogo entre a França e a Alemanha, quando Zidane deu uma cabeçada em Materazzi. “Foi na prorrogação, aos 110 minutos de jogo. Nem o juiz nem o público viram porque as câmeras mostravam uma outra jogada. Mas o quarto juiz viu e se comunicou com o juiz do jogo e os bandeiras”. O resultado é conhecido: a Itália foi campeã.

Utilizado por 25 mil árbitros

Esse pequeno aparelho foi testado e aprovado e está agora em todos os estádios. Ele parece até um prolongamento do árbitro e não somente nos campos de futebol mas também em outros esportes. “Nos últimos anos, mais de 25 mil árbitros começaram a utilizar nosso aparelho no futebol mas também no hóquei no gelo e no futebol americano”, acrescenta Hans Mülder.

ComCom foi inteiramente concebido e desenvolvido em Morat onde 120 pessoas trabalham na Phonak Comunicações. A empresa faz parte do grupo Sonova que tem 9.000 funcionários no mundo. O fone de ouvido foi criado por um laser 3D em pó de nylon. “Ele pesa 1,8 grama, é muito confortável e robusto. Ele se adapta perfeitamente ao ouvido de cada pessoa. A principal vantagem é que ele permite comunicar e ouvir perfeitamente, mesmo com o barulho de um estádio de futebol”, explica Hans Mülder. Isso é confirmado pelo árbitro internacional suíço Stephan Studer: “Eu já apitei em estádios com 80.000 torcedores e é verdade que não se ouve o barulho ambiente.”

O juiz elogia o sistema, mas fala que é um complemento da arbitragem tradicional. “Durante as partidas, temos de tomar decisões muito rápidas e o fato de poder falar e não utilizar gestos e uma grande vantagem. Mas, em minha opinião, não se pode basear somente no sistema. O olhar continua sendo um elemento essencial, mesmo se essa inovação tecnológica é muito útil na arbitragem moderna.”

Adaptação: Claudinê Gonçalves

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