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Xangai 2010: o projeto de três cidades suíças se concretiza

O modelo do pavilhão das cidades suíças em Xangai. Keystone

Pela primeira vez, três cidades colaboram na montagem de um pavilhão comum para uma exposição universal.

Basileia, Genebra e Zurique terão uma apresentação conjunta sobre o tema da água em Xangai 2010.

Genebra, Basileia e Zurique: as três cidades suíças, orgulhosas de serem as mais conhecidas no exterior, se aliam para uma apresentação conjunta em Xangai em 2010. Elas escolheram o tema da água, um dos principais desafios do século 21, no âmbito do desenvolvimento sustentável e de qualidade de vida.

Segunda-feira (7/12) na Basileia, as três cidades apresentaram pela primeira vez os contornos concretos de seu pavilhão, que poderá acolher entre 50 mil e 100 mil pessoas diariamente. Um filme apresentando 24 horas da vida nas três cidades será apresentado em uma tela panorâmica de 360 graus.

Filmadas em plano fixo, as cenas apresentam as cidades e suas águas circundantes, margens de lagos ou rios, durante o verão. Nada de adornos turísticos, pois os monumentos e outros símbolos das três cidades serão apresentados em detalhe.

“É uma homenagem ao fotógrafo suíço Emil Schulthess, conhecido por suas paisagens escandinavas nos anos 1950”, explica o diretor Jürg Egli.

Água potável “suíça”

“É a realidade mas também com a faceta de cartão postal”, brinca o diretor artístico Christian Stauffenegger. O tema da água será tratado também em vários locais, de forma interativa, com exemplos concretos de saneamento e revitalização.

Assim, uma fonte de água local – não potável – será conectada a fontes de água…potável, graças a filtros de tecnologia suíça. “Isso é possível na Suíça, mas no resto do mundo não é evidente beber a água das fontes”, revelou a prefeita de Zurique, Corine Mauch.

“Nossas três cidades conheceram problemas com suas águas”, explica o prefeito da Basileia, Guy Morin. O Reno, o lago Léman, o lago de Zurique: os três foram revitalizados, com sucesso, e nós podemos compartilhar nossa experiência e nosso know-how.”

“Não dar lição”

“Mas não se trata de dar lição aos chineses”, precisa Sami Kanaan, diretor do Departamento de Coesão Social, Juventude e Esportes da cidade de Genebra, que fez a viagem à Basileia no lugar do prefeito Manuel Tornare. “Não focalizamos a técnica, mas sim no processo.”

O conforto também é privilegiado. O pavilhão não estará sobrecarregado, asseguram os seus planejadores.

“Nós queríamos ter um pavilhão aberto, pois nossas cidades querem estar abertas ao mundo”, ressaltou Christian Stauffenegger. “Nesse sentido, os visitantes poderão ver dois terços do conteúdo sem entrar no pavilhão”. Este estará ladeado pelos de Paris, Bilbao, Osaka, Malmö e Praga.

As três cidades não estão apenas orgulhosas do seu engajamento. O futuro do mundo é urbano, pois a “metade da população do globo estará vivendo em cidades em 2010”, lembra Guy Morin.

As três únicas cidades

O ecologista ressalta também a importância dessa colaboração interurbana suíça. As cidades, que não têm outro tipo de reconhecimento no plano institucional suíço do que como “município”, querem demonstrar sua importância.

O governo federal convidou expressamente as cidades suíças a participar. Porém outras teriam desejado participar do projeto Basileia-Genebra-Zurique?

“Rapidamente ficou claro que nós não queríamos diluir nossa mensagem”, responde Sami Kanaan. “Afinal, quanto mais parceiros, mais difícil é concretizar uma ideia.”

Guy Morin também nota que as três cidades são as únicas a deter um verdadeiro status de metrópoles, levando-se em conta as organizações e empresas internacionais ligadas diretamente com o exterior. “Nossa intenção foi mostrar uma Suíça em que a urbanidade vai lado a lado com a qualidade de vida e a inovação.”

Sem concorrência

Quanto a uma eventual concorrência com o pavilhão nacional suíço, Guy Morin insiste sobre a sua complementaridade. “De forma nenhuma temos os mesmos temas, pois o pavilhão suíço é dedicado às conexões entre meio rural e cidades.”

As três cidades, que terão cada uma sua “semana especial”, esperam que o encontro na China lhes permita “reforçar nossa posição”, como afirmou Corine Mauch, tanto do ponto de vista turístico como econômico.

Zurique mantém há décadas laços com a cidade chinesa de Kunming e a Basileia aproveitou-se dos preparativos da exposição universal para lançar uma parceria com Xangai, sem esquecer, contudo, que sua indústria farmacêutica também estará na bagagem em direção à China.

Ariane Gigon, swissinfo.ch
(Adaptação: Alexander Thoele)

Pela primeira vez, uma exposição universal convida as cidades a participar.

Para Xangai, elas foram convidadas a apresentar exemplos práticos de gestões bem-sucedidas – “urban best practices”. Esses exemplos estarão reunidos em uma área especial (urban best practice area – UBPA)

Genebra, Basileia e Zurique se uniram para apresentar um projeto comum em Xangai.

Tema escolhido: água, sob o slogan “Better water – best urban life” (uma água melhor – uma melhor vida urbana).

O orçamento é de 4,6 milhões de francos, divididos da seguinte maneira: um milhão de francos por cidade e 1,6 provenientes de fundos privados.

O pavilhão das cidades receberá os visitantes com um filme em 360°, apresentando 24 horas de vida nas três cidades. A trilha sonora: uma música misturando de forma harmoniosa elementos suíços e chineses.

Uma fonte contendo água local desemboca em fontes de água potável, graças a filtros e à tecnologia suíça.

Nos momentos em que não haverá apresentações, o pavilhão servirá de área de descanso para os visitantes.

As três cidades são as únicas a apresentar um projeto comum. Nos outros países, as cidades trabalham de forma individual.

Em comparação, a França engaja-se muito menos. Além do pavilhão nacional francês, apenas Paris e duas regiões prepararam exposições.

A exposição universal de Xangai ocorre de 1° de maio a 31 de outubro de 2010 sob o tema “Better city, better life” (melhor cidade, melhor vida).

A expectativa dos organizadores é de ter 70 milhões de visitantes, dos quais 90% seriam chineses.

Expositores de 194 países devem participar, incluindo também ONGs, cidades (pela primeira vez) e empresas.

O pavilhão nacional suíço tem por tema a interdependência entre zonas urbanas e zonas rurais.

Dentre as atrações de seu pavilhão, um teleférico deve ligar o interior da construção ao teto, que receberá uma parte vegetal.

O orçamento do pavilhão suíço é de 23,3 milhões de francos.

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