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Combate à violência no esporte é tarefa duradoura

Fãs do FC Zurique atacam torcida do Basileia em 2 de maio de 2008: oito suspeitos foram identificados Keystone

Quem causar tumultos e pancadarias em jogos de futebol e hóquei no gelo não deverá mais escapar impune na Suíça. A identificação de suspeitos deverá ser melhorada via internet e será testada a proibição de bebidas alcoólicas.

Além disso, a sexta mesa redonda sobre combate à violência dentro e fora dos estádios propôs a proibição de material pirotécnico, otimização do trabalho com as torcidas e a introdução de uma “carteira do torcedor”.

O ministro da Defesa, Proteção Civil e do Esporte, Uli Mauer, disse nesta terça-feira (23/6), em coletiva à imprensa em Berna, que a violência nos estádios não é um problema só do esporte. “O Esporte reflete problemas sociais. Combatê-los é uma tarefa duradoura”, afirmou.

Por isso, a mesa redonda com representantes dos governos federal, estaduais e municipais, bem como das entidades esportivas terá continuidade. “Os problemas são complexos e seu enfrentamento depende da participação de todos os responsáveis. Procuramos soluções”, disse Maurer.

Como mediadas imediatas, foi cedido otimizar a cooperação entre todos os atores (clubes, estádios, polícia, transporte público e clubes de fãs) e profissionalizar a formação nessa área. O trabalho com os torcedores precisa ser apoiado, disse o ministro.

Buscas via internet

Sobretudo a identificação dos torcedores considerados violentos precisa ser melhorada, disse Maurer. “Não é possível que 50 pessoas prejudiquem um evento de 20 mil torcedores.” Na sua opinião, a investigação via internet deve ser ampliada, sem que isso signifique colocar os provocadores de caos no pelourinho.

Autores de tumultos e pancadarias precisam saber que haverá reação, disse o ministro. Será avaliada a introdução de uma carteira do torcedor (fancard) para permitir um controle mais rápido do público no acesso aos estádios. Um projeto de controle biométrico dos fãs foi sustado por enquanto.

Na Suíça, existem 576 torcedores de 18 clubes de futebol e hóquei no gelo oficialmente considerados violentos. Eles estão cadastrados num “banco de dados de hooligans” mantido pela Polícia Federal.

Desde 1° de janeiro de 2007, vigora no país uma lei anti-hooliganismo (complemento à lei federal sobre medidas para a manutenção da segurança interna), com validade até o final de 2009.

Casos recentes

Dois dos três casos de violência que tiveram forte repercussão na imprensa suíça nos últimos anos envolveram o Basileia e o FC Zurique.

Tumultos ocorridos após uma partida entre os dois clubes em 13 de maio de 2006 causaram prejuízos de 400 mil francos – 26 acusados foram condenados em processo coletivo. Depois disso foi testado um fancard, mas que não funcionou.

Nas próximas semanas, um tribunal de Basileia vai julgar oito homens entre 21 e 26 anos acusados de terem sido os autores de um tumulto durante uma partida entre o Basileia e o Zurique em 2 de maio de 2008.

O último caso de destaque ocorreu em 20 de maio passado, quando 69 pessoas foram presas em Berna por envolvimento em tumultos causados depois da final da Copa Suíça (Sion 3 x 2 Young Boys). Vinte dessas pessoas já foram proibidas pela Associação Suíça de Futebol de frequentar estádios nos próximos anos.

swissinfo.ch com agências

Com vistas à Eurocopa 2008 e o Mundial de Hóquei no Gelo em 2009, o Parlamento tornou mais rigorosa a lei federal de manutenção da segurança interna, inlcuindo um dispositivo de combate ao hooliganismo.

A lei prevê o confisco de material de propaganda incitativa à violência, a criação de um banco de dados dos torcedores violentos, proibição de ingresso em estádio e restrição de viajar para assistir partidas no exterior e até, em último caso, detenção preventiva por 24 horas.

Essas medidas permanecem em vigor até o final de 2009.

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