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Conferência da OMC pode fracassar novamente

Pascal Couchepin acha que os países pobres seriam os mais prejudicados, se não houver acordo Keystone Archive

Os preparativos para a Conferência da Organização Mundial do Comércio, de 9 a 13 de novembro, no Catar, não provocam otimismo nos participantes. O ministro suíço da Economia esteve no México em reunião preparatória e diz que não se conseguiu "criar um dinamismo".

O ministro suíço da Economia fez uma balanço “realista” da reunião com outros 17 países no final de semana, no México. Disse ainda que “não ficou com a impressão que foi criado um dinamismo que leve ao sucesso na cúpula no Catar.”

Em linguagem diplomática, quer dizer que tudo ficou como antes. Depois do fracasso da última cúpula da OMC, em Seatle, dois anos atrás, teme-se que a conferência de Doha, capital do Catar, de 9 a 13 de novembro, também não dê em nada.

Agricultura, ecologia e patentes

Pascal Couchepin disse que houve progressos quanto à agricultura, com redução de divergências com o grupo de Cairns (exportadores), entre eles o Brasil, e os países chamados “multi-funcionalistas”, entre eles a Suíça.

Os exportadores do sul reclamam maior acesso aos mercados para seus produtos agrícolas. Os países ricos teriam prometido no México reduzir os incentivos à exportação.

Mas, para tranqüilizar os agricultores suíços, Couchepin afirmou “que as promessas não comprometem o rítmo nem a importância da reforma agricola na Suíça.”

Quanto ao meio ambiente, Couchepin constatou que também houve progressos desde 1999 e que os países do sul “entendem melhor” as preocupações ecológicas. Afirmou, no entanto, que a India continua inflexível e não quer a ecologia nos acordos da OMC.

Couchepin também defendeu a manutenção do direito de propriedade intectual sobre os remédios, questão cada vez sujeita à controvérsia. Disse que, em caso contrário, não haveria mais recursos para pesquisas “e a saúde pública seria indiretamente ameaçada”.

Questionado sobre um eventual fracasso da conferência no Catar, Couchepin afirmou que “seria prejudiciável para o comércio internacional” mas que o “mundo não pararia”. Segundo ele, a liberalização continuaria através de acordos bilaterais e regionais.

swissinfo com agências

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