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Conferência discute problema dos desaparecidos

As mães da Praça de Maio, na Argentina, foram prioneiras nas manifestações contra os desaparecidos. Keystone

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha organiza uma conferência internacional, em Genebra, para lutar contra o desaparecimento de pessoas em guerras e conflitos internos.

O objetivo é sensibilizar atores dos conflitos, evitar desaparecimentos e atender as famílias.

Direito humanitário

350 especialistas de 90 países participam, em Genebra, da primeira conferência internacional sobre a questão dos desaparecidos.

O encontro é organizado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha Internacional (CICV) e reune representantes de famílias, psicólogos, militares, organizações humanitárias, juristas, representantes de governos e de Ongs.

A Suíça é depositária das Convenções de Genebra que regem o direito humanitário internacional, entre eles a proteção de civis e de prisioneiros de guerra, e o CICR é responsável pela aplicação dessas Convenções.

O problema dos desparecidos é tão complexo que só agora a comunidade internacional começa a discuti-lo. Embora ninguém disponha de cifras exatas, as vítimas são contadas em milhões na África, Ásia, América Latina e Balcãs.

Identificação de combatentes e vítimas

“Cabe principalmente às autoridades governamentais agir para evitar os desaparecimentos e gerir as conseqüências quando eles ocorrem”, declarou o presidente do CICV, Jakob Kellenberger, na abertura da conferência.

Quando se prepara uma nova guerra no Iraque, o CICV ainda negocia com o Iraque e o Koweit para saber do paradeiro de 660 koweitianos e 1.100 iraquianos desaparecidos entre 1990 e 1991.

O conflito em Ruanda provocou mais de 100 mil desaparecidos e o da ex-Yugoslávia 22 mil, segundo estimativas de especialistas.

Deslocados

Mas o CICV considera que os desaparecimentos não são uma fatalidade, daí a organização ter reunido em Genebra pessoas que podem agir, pois o fenômeno ocorre em dezenas de países.

A conferência deve adotar uma série de medidas práticas como a placa de identificação que cada soldado ou combatente deve ter, a identificação de corpos e de túmulos de vítimas de conflitos.

As pessoas deslocadas, refugiadas e as que vivem em zonas ocupadas também são geralmente contabilizadas como desaparecidas. Face a tantos problemas, o CICV reconhece que tem pouca margem de manobra e incita a uma maior colaboração entre famílias e ongs.

swissinfo

Desparecidos “recentes”:
Peru: 6 mil
Argélia: 7 mil
Ex-Yugoslávia: 22 mil
Ruanda: 100 mil

Conferência pretende:
– facilitar busca de famílias e incitá-las trabalhar com organizações humanitárias

– aplicar normas e identificação de combatentes, cadáveres de vítimas e túmulos

– responsabilizar governos para a prevenção e no auxílio às famílias de desaparecidos

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