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Credit Suisse compra mais um banco no Brasil

Matriz do Credit Suisse no centro de Zurique. Keystone

O segundo maior banco suíço reforça sua posição no Brasil. O CS assinou um acordo para a compra da Hedging-Griffo, banco de negócios e gestão de São Paulo.

Por 294 milhões de dólares, o banco suíço terá o controle acionário (50% + uma ação) da Hedging-Grifo, com opção para comprar o restante do capital no prazo de 5 a 8 anos.

Especialistas em gestão de fortunas mundiais, os bancos suíços se interessam cada vez mais pelas fortunas brasileiras. Depois de ter comprado o Banco Garantia, em 1998, o Credit Suisse – segundo maior banco helvético – assume o controle acionário da Hedging-Griffo de São Paulo.

Por 294 milhões de dólares, o banco suíço adquire 50% + uma ação da Hedging-Grifo, com opção para comprar o restante do capital no prazo de 5 a 8 anos. A transação ainda está sujeita à aprovação do Banco Central do Brasil.

A Hedging-Griffo, fundada em 1981, é um banco de investimentos e gestão de fortunas, corretagem de ações, futuros e commodities com carteira de R$ 15,9 bilhões, em dados oficiais. A empresa passará a chamar-se Credit Suisse Hedging-Griffo.

Casamento ideal

– A motivação dessa transação é estratégica: ela reforça a posição do Credit Suisse como líder no Brasil nas áreas em que atua. Já somos líderes como banco de investimentos e a Hedging-Griffo tem posição de destaque nas áreas de private banking e de asset management. Ora, nessas duas áreas, a atividade do Credit Suisse é incipiente no Brasil, mas as três compõem a estratégia global do Credit Suisse, afirmou Antonio Quintella, diretor do Credit Suisse Investimentos no Brasil S.A., durante teleconferência em São Paulo, quinta-feira (21/12).

A Hedging-Griffo é um banco de capital fechado, com 76 acionistas, 4 deles majoritários. “Melhor casamento não poderia existir porque nossas atividades são perfeitamente complementares”, afirmou um dos diretores da Hedging-Griffo, Luis Stuhlberger, que permanecerá membro do comitê executivo por pelo menos mais cinco anos.

Clientela global

Durante a teleconfêrencia ele precisou que, com a transação, a base de ativos passará a 21 bilhões de reais (16 bilhões do Hedging-Griffo e 5 bilhões do Credit Suisse. Por sua vez, o banco paulistano ampliará seus negócios com seus 10 mil clientes atuais – essenciamente pessoas físicas – com as atividades de investimentos do Credit Suisse.

– Com o crescimento e a crescente globalização do Brasil, examinamos várias possibilidades e a melhor opção era encontrar um sócio estratégico com a excelência do Credit Suisse para continuar nossa expansão, explicou Stuhlberger.

José Leopoldo Figueiredo, outro diretor da Hedging-Griffo explicou a associação com o Credit Suisse como a “melhor forma de enfrentar os novos desafios que se apresentavam”. Ele disse que a empresa teve um crescimento excepcional de 39% ao ano nos últimos três anos. “Achamos que podemos continuar crescendo, talvez não nas mesmas proporções, não ampliando tanto a base de cliente mas aumentando a oferta de produtos e serviços”.

Expectativa positiva do Brasil

Luis Stuhlberger acrescentou que “sózinhos não dava mais para continuar crescendo tanto porque uma parte significativa do mercado só vai investir numa plataforma de banco global; foi esta nossa principal motivação para o negócio com o Credit Suisse”.

Ao falar do contexto dos negócios no Brasil, Luiz Quintella disse que “a nossa expectiva é que o Brasil dê continuidade nos próximos anos à abertura dos mercados financeiros ao investimento estrangeiro mas também ao crescimento do mercado financeiro local”. Quanto à macroeconomia, disse que o cenário previsto é a continuação da queda de juros e o câmbio estável por pelos mais dois anos. “Nossa visão é positiva para os próximos anos”, afirmou.

swissinfo, Claudinê Gonçalves

358 milhões de francos suíços foram pagos pelo Credit Suisse para o controle acionário (50% + uma ação) da Hedging-Griffo.
15,9 milhões de reais são os ativos dos 10 mil clientes do Hedging-Griffo.
6,7 bilhões de francos suíços foram os lucros do Grupo Credit Suisse nos primeiros 9 meses de 2006.

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