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Cresce movimento contra “fast-food”

"Slow Food" preconiza a boa alimentação. swissinfo.ch

"Slow Food", associação internacional de promoção à boa alimentação e defesa da saúde, tem 14 seções na Suíça.

A associação propõe educação do paladar e a defesa do direito ao prazer e à “vida lenta”.

Fundada em 1986 na Itália, como organização de defesa dos direito ao prazer e de resistência à expansão dos hábitos alimentares promovidos pelas cadeias de alimentação rápida, a associação “Slow Food” propõe-se a restituir a cultura da boa alimentação.

Simbolizada por um caracol estilizado, a organização tem mais de 70 mil associados espalhados por 42 países. Na Suíça, mais de 2300 mil pessoas fazem parte de grupo. Seus membros se consideram defensores da biodiversidade e da oferta de alimentos de alta qualidade.

Alimentação e saúde

“Nós nos definimos como um grupo de ecologistas, que se preocupa com o que chega aos nossos pratos”, explica o espanhol Rafael Peres, presidente da seção suíça da “Slow Food”.

“Nós não somos um movimento de protesto, mas sim um grupo que propõe alternativas à degeneração dos hábitos alimentares através da cultura do “fast-food”. Sabemos que existe uma relação direta entre a forma como nos alimentamos e os problemas de saúde”, explica Pérez.

“Slow Food” resume da seguinte forma sua filosofia: defesa da biodiversidade, promoção de uma agricultura sustentável de produtos agrícolas de alta qualidade e redução dos problemas de saúde derivados da falsa alimentação.

Recepção favorável na Suíça

Na Suíça, a recepção das idéias do “Slow Food” foi muito boa. Atualmente os 2.300 membros estão organizados dentro de uma rede chamada “Convivium”.
Um dos aspectos importantes do trabalho do grupo na Suíça é promover a produção regional de alimentos.

“É absolutamente necessário educar o paladar”, ressaltda Pérez. Ele recorda que, na Suíça, um terço das crianças entre 6 e 16 anos têm problema de obesidade. “Quanto pior se alimentam os jovens, mais graves serão os problemas de saúde das próximas gerações”.

“O movimento não significa que sejamos à favor da comida lenta, mas sim da chamada slow life, ou seja, vida lenta. Isso significa que temos de acabar com a idéia que o homem é uma simples máquina e que tenhamos que nos ajustar ao ritmos delas”.

Frente à realidade dos altos preços dos alimentos de qualidade, o presidente da seção suíça do “Slow Food” é categórico: -“há duas ou três gerações, as pessoas gastavam metade do seu salário com alimentação. Hoje em dia empregamos apenas 15% das nossas rendas nesse quesito, preferindo gastar o resto com dinheiro, roupa, carros e férias”.

swissinfo

– “Slowfood” foi fundada pelo jornalista italiano Carlos Petrini, em 1986.
– O grupo está representado em 42 países e tem 70 mil membros.
– Na Suíça, “Slowfood” tem 2.300 participantes, reunidos em 14 seções.

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