Crescimento traz reivindicações sindicais
Com uma conjuntura econômica melhor, os sincatos reinvindicam aumento salarial de até 3,5%, em certos setores.
Os patrões são contra um aumento geral e querem negociar caso por caso.
A economia suíça continua crescendo. Segundo o instituto de pesquisa conjuntural KOF, da Politécnica de Zurique, o crescimento foi 0,97% em maio, 1,02% em junho e de 1,10% em julho. A previsão é que o PIB continue crescendo no segundo semestre.
Por outro lado, os salários estão estagnados, constata Bruno Schmucki, porta-voz da federação sindical FTMH. “Nos últimos anos, os aumentos salariais foram muito pequenos e os assalariados perderam poder aquisitivo”, afirma.
Volta reivindicativa
Depois das férias de verão, a volta ao trabalho será reivindicativa. “O clima econômico é bem mais favorável do que um ano atrás e isso abre o caminho para aumentos salariais”, afirma Pietro Cavadini, da União Sindical Suíça (USS).
Os objetivos da USS serão divulgados nos próximos dias mas sabe-se que, inicialmente, o objetivo será o reajuste geral para compensar a inflação. Depois será avaliada a produtividade dos diferentes setores da economia e das empresas, o que servirá de base para reivindicar aumentos salarias.
“Mas a situação será difícil na construção civil e no funcionalismo público, atualmente deficitários”, acrescenta Cavadini.
Na Suíça, não existe um salário mínimo fixado e sim convenções coletivas de trabalho, negociadas por setor.
Sindicatos se preparam
O Sindicato da Indústria e Construção (SIB) já tem uma ídéia mais clara e exige, segundo seu economista Hans Baumann, um aumento salarial de 2 a 3,5%.
Em pleno crescimento, a inústria farmacêutica prepara-se a reivindicações de 3,5%. Desde junho, o sindicato do setor (VSAC) já reclamava um aumento de 3% mais um prêmio de 800 francos por ano para os salários mais baixos.
O sindicato cristão Syna tem uma outra visão. “Para nós, um aumento de 1,5 a 2% já seria uma boa base”, afirma o secretário Daniel Rice. É que o Syna dá mais importância às condições sociais como a aposentadoria antecipada para os pintores e os marceneiros e a harmonização das férias. “Queremos compensações pelas condições de trabalho cada vez mais duras”, explica.
A Socieda Suíça dos Comerciários (SEC) fala em 2,5 a 3% de aumento salarial. Esse dado deverá ser o mesmo para os bancos, seguradoras e comércio, segundo a secretária geral do SEC, Susne Erdös.
Reação patronal
«Nos dias de hoje na Suíça, nenhum trabalhador pode especular sobre a compensação da inflação”, afirma o patrão dos patrões, Peter Hassler.
Segundo o diretor da União Patronal Suíça, é difícil aceitar negociações sobre o aumento salarial de todo um setor. “Cada empresa deverá abordar essa questão conforma sua própria situação”, afirma Hassler.
Até porque, segundo o diretor da UPS, a Suíça está passando do sistema de salário fixo ao proporcional ao desempenho dos empregados.
A Secretaria Federal de Economia (SECO) propose um meio-termo. “Aumentos generalizados são geralmente lógicos quando os salários são baixos”, afirma Jean-Luc Nordmann, chefe da divisão trabalho.
Ele também defende negociações conforme a situação das empresas e ressalta a importância da formação contínua dos trabalhadores para melhorar a estabilidade nos postos de trabalho.
swissinfo com agências
– Estimulados pela retomada do crescimento econômico, os sindicatos suíços vão reivindicar aumentos salarias.
– Dependendo do setor, os sindicatos vão exigir aumentos de 1,5 a 3,5%.
– No entanto, a União Patronal Suíça já anunciou que nem o reajuste da inflação será automático e que as negociações salariais deverão ser feitas por empresas.
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