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Cultura

Chafariz, de Jean Tinguely, congelado pelas baixas temperaturas de inverno, em Basiléia Keystone

Arquitetura

Graças à urbanização e a seu crescimento industrial, a Suíça sempre foi um solo fértil para os arquitetos.

A Suíça não foi apenas o berço produtor de vários arquitetos famosos como também é um pólo de atração para alguns grandes nomes estrangeiros.

Mas o pequeno tamanho do país e a falta de projetos de grande envergadura fizeram com que muitos arquitetos suíços buscassem trabalho no exterior.

Um dos mais famosos foi Charles Edouard Jeanneret (1887-1965) – mais conhecido como Le Corbusier. Ele nasceu em La Chaux-de-Fonds, Jura Suíço, oeste, mas passou a maior parte de sua vida profissional na França.

Le Corbusier se tornou famoso por sua arquitetura funcional e por sua contribuição ao planejamento urbano. Uma de suas obras foi recentemente restaurada na sua cidade natal, mas muitos outros de seus trabalhos podem ser vistos na França e até mesmo em locais tão distantes quanto a Índia.

Arquitetos contemporâneos

Mais recentemente, Mario Botta, da Suíça Italiana, ganhou fama internacional com seus projetos arrojados.

Entre seus trabalhos, destaca-se o Museu de Arte Moderna, em São Francisco, e a recente restauração do teatro de ópera de Milão, La Scala. Botta ensina na Universidade do Ticino, fundada em 1996.

Outros renomados arquitetos suíços são Herzog e de Meuron, radicados em Basiléia. Eles renovaram, por exemplo, a Galeria Moderna de Arte, a Tate Gallery, de Londres. Mas a obra mais conhecida e mediatizada desses dois arquitetos é o Estádio Ninho de Pássaro, para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Ao longo de sua história, Suíça também tem abrigado muitos arquitetos estrangeiros, como o alemão Gottfried Semper, que fugiu para Zurique durante o levante de 1848, na Alemanha.

Ele se tornou professor na então recém-inaugurada Escola Politécnica Federal, em Zurique, tendo projetado seu edifício original, bem como o prédio da prefeitura de Winterthur.

O arquiteto espanhol, Santiago Calatrava, também estudou em Zurique, onde construiu a estação ferroviária de Stadelhofen e a biblioteca da Universidade. Boa parte da nova Valência, na Espanha, também foi trabalho de Calatrava.

Teatro

A Suíça tem uma antiga e rica tradição teatral. Basiléia, Berna e Zurique oferecem produções, cujo sucesso vai muito além de suas fronteiras. O mesmo ocorre com Genebra.

Os grandes teatros, com ou sem orquestras e/ou corpos de balé, consomem boa parte dos respectivos orçamentos de suas cidades. Mas há igualmente numerosos pequenos teatros, muitos deles especializados em repertórios clássicos, comédias ou produções paralelas.

A Suíça tem ainda uma grande quantidade de produções ao ar livre apesar da inclemência do tempo.

Há representações a céu aberto para produções de Guilherme Tell, em Interlaken; para o Teatro do Mundo, de Calderón, de dez em dez anos, em Einsiedeln; para não mencionar a Fête des Vignerons (festa dos vinhateiros), que celebra, de 25 em 25 anos, a bucólica vida dos vinicultores de Vevey, nos arredores de Montreux.

Merece ainda registro um evento que ocorre anualmente, também ao ar livre, em Avenches, oeste. É o Festival de Opera de Avenches, realizado desde 1995 nas arenas romanas da cidade, local com capacidade para 6 mil espectadores.

A maior parte das peças e produções tem raízes regionais e lingüísticas. No entanto, Friedrich Dürrenmatt superou essas limitações, conquistando renome mundial como dramaturgo.

Dimitri, o palhaço da Suíça de Língua Italiana, fez nome como artista de picadeiro e criou uma escola de artes circenses na cidade de Verscio –escola à qual foi atribuído o status de nível universitário.

Escritores

Friedrich Dürrenmatt talvez seja o nome mais conhecido por peças dramáticas, tais como Os Físicos, apesar de ter igualmente escrito romances policiais e cenários cinematográficos.

Seu contemporâneo, Max Frisch, que se formou arquiteto em Zurique antes de se tornar um escritor é, provavelmente, mais conhecido por suas novelas, como Não sou Stiller, do que como um autor de peças de teatro.

Há, muitos jovens escritores, na Suíça de língua alemã, que têm seguido os passos de grandes autores, mas, inevitavelmente, estão cercados pelos limites do mundo germânico.

Autores suíços que escrevem em francês enfrentam o mesmo problema.

Freqüentemente – como no caso de Blaise Cendrars – esses autores preferem se residir em grandes cidades como Paris. Cendrars chegou até mesmo a lutar como voluntário francês na Primeira Guerra Mundial. Seus trabalhos têm lugar de destaque na Literatura Francesa.

Mais tarde, Jacques Chessex também se tornou conhecido na França, ganhando o Prêmio Goncourt, em 1973, com o romance L’Ogre (bicho-papão).

As escritoras suíço-francesas, quando são reconhecidas, se destacam mais que suas compatriotas suíço-alemãs. Alice Rivaz, Yvette Z’Graggen e Anne Cuneo são autoras de certo renome nas regiões de língua francesa.

Música

Muitos suíços se tornaram conhecidos no mundo da música clássica: Arthur Honegger e Othmar Schoeck foram respeitados compositores. Honegger passou a maior parte de sua vida na França, onde ele fez parte de um grupo vanguardista de sua época, início do século XX.

No mesmo século XX, o maestro, Ernest Ansermet, esteve intimamente ligado à Orchestre de la Suisse Romande, que fundou. Charles Dutoit e Mathias Bamert deram continuidade à tradição dos maestros suíços em orquestras de projeção internacional.

O Jazz se tornou popular, na Suíça, depois dos anos 30. Lugano, Willisau e principalmente Montreux vêm realizando grandes festivais populares. Berna possui uma reconhecida escola de Jazz.

Uma ampla variedade de eventos musicais ao ar livre bem como festivais de música clássica são realizados durante o verão na Suíça.

Pintores e escultores

Muitos historiadores da arte vêem Ferdinand Hodler como a figura embrionária da pintura suíça. Seus trabalhos datados do final do século XIX e início do século XX são populares e alcançam elevados preços em leilões de arte.

As pinturas de Hodler retratam temas e locais suíços. À sua época, ele era visto por todos como o pintor nacional suíço. Ele jamais foi premiado no exterior como o foram Jean Tinguely e Alberto Giacometti. Mas um óleo de Hodler Lac Léman vu de Saint Prex bateu novo recorde de preço em leilão realizado em 2006 : 10,9 milhões de francos suíços.

Nas duas guerras, Zurique se tornou o paraíso para todas as tendências artísticas. Foi durante a Primeira Guerra Mundial que se iniciou o momento Dadaísta. Um de seus membros, Hans Arp e sua mulher, Sophie Taeuber-Arp, tornaram-se mais tarde figuras muito conhecidas. Sophie Taeuber-Arp tem sua efígie nas cédulas de 50 francos suíços.

Um indiscutível ícone da arte moderna européia foi Paul Klee. Ele cresceu na Suíça, passou muitos anos na Alemanha e ensinou na famosa escola “Bauhaus”. Regressou à Suíça devido ao antagonismo que nutria em relação ao regime nazista, na década de 30.

Sua pintura minimalista destinava-se a “abrir os olhos do povo”. Berna, cidade com a qual mais se identificava, foi o local escolhido para o novo centro Paul Klee. Projetado pelo famoso arquiteto Renzo Piano, o centro foi aberto em 2005.

O novo centro Paul Klee é um ponto obrigatório para os amantes da arte que visitam a cidade. Faz parte de uma lista de 1.000 museus existentes no país. Os últimos números mostram que as galerias de arte continuam, cada vez mais, atraindo visitantes.

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