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Badi Assad se apresenta na Basileia

Badi Assad durante sua apresentação na Basileia, outubro de 2012. swissinfo.ch

Em turnê pela Europa, a artista brasileira Badi Assad presenteou o público de Basileia com sua musicalidade. Durante uma hora e meia, apresentou o repertório do seu DVD comemorativo de 20 anos de carreira, lançado no Brasil em 2010, que chega agora à Europa, onde a cantora desfruta de um reconhecimento positivo da crítica.

No palco, voz, violão e o corpo são os instrumentos de Badi Assad. A composição harmoniosa desses três elementos fica por conta do talento da artista: violão impecável, voz eletrizante e criatividade para emitir sons dos mais simples movimentos de seu corpo.

O espetáculo que apresenta na Europa até o final do mês mostra parte do trabalho de Badi nos últimos 20 anos (ver roteiro ao lado). Assim como no DVD, o show exibe a evolução profissional da artista. Do estilo instrumental, passando por canções românticas e chegando a composições mais típicas do cancioneiro brasileiro.

No início da carreira, Badi subia ao palco apenas com o violão, mas foi incorporando a voz, o corpo e alguns outros instrumentos às apresentações. O resultado são interpretações e arranjos muito especiais, como o pagode Vacilão, por exemplo, transformado em blues pelos talentosos irmãos da cantora (Sérgio e Odair Assad).

No repertório, quinze músicas como A Bela e a Fera (Chico Buarque e Edu Lobo); Ponta de Areia (Milton Nascimento e Fernando Brandt); O mundo é um moinho (Cartola); Asa Branca/ Ai que saudades d’ocê (Luiz Gonzaga), além de composições da artista – Você não entendeu nada, Vrap e Zoar, entre outras.

Descobertas da maternidade 

Há cinco anos a cantora não se apresentava na Suíça. Depois do nascimento da filha, Sofia, em 2007, Badi Assad mudou-se para São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. “Queria viver mais intensamente esse período incrível da maternidade », conta. « É uma experiência fascinante e eu sempre falo o seguinte: ela nasceu, eu renasci”, diz.

Para Badi Assad, a experiência da maternidade fez com que ela passasse a valorizar as coisas mais simples da vida, como um olhar, um sorriso e cada novidade que faz parte do acompanhamento da vida de um bebê. “Você experimenta na sua vida as coisas mais simples e acho que é um mergulho no presente. Esse foi o grande aprendizado na maternidade”, explica.

CD e peça infantil 

Entre trocas de fraldas e horários de mamadeiras, Badi buscou inspiração para novas composições. « A vida no interior é mais tranquila e passei a produzir muito porque acho que a maternidade também estimula a criatividade. É um momento muito especial », diz.

Badi Assad divide em dois grandes grupos suas novas composições: Badi para menores e Badi para maiores. O mergulho no mundo infantil resultou em músicas para crianças que serão lançadas em um CD até setembro próximo. Além disso, serão a trilha sonora de um espetáculo teatral em São Paulo.

Novo disco e mercado artístico 

As canções para adultos chegarão ao público em novembro, com o lançamento do novo álbum Amor e outras manias crônicas (ver quadro). Outro ineditismo do trabalho é que incluirá composições somente de sua autoria. “Sempre gravei CDs com músicas em parceria ou trabalhos de outros autores, e é a primeira vez que gravo só composições minhas”, diz.

No início da carreira, Badi Assad teve mais reconhecimento no exterior do que no Brasil. Gravou, por exemplo, seu primeiro disco nos Estados Unidos porque as gravadoras nacionais não se interessavam sequer em recebê-la. Ela não se ressente disso, mas compreende o que acontece no mercado artístico.

“Acho que há uma falta de infraestrutura no Brasil: poucos espaços culturais, um acesso à mídia fechado e fica mais difícil levar seu trabalho ao público”, explica. “Qualquer pequena cidade americana ou europeia tem vários teatros, espaços públicos e festivais”, diz. Na opinião da artista, no Brasil, as atividades culturais ficam mais restritas aos grandes centros. No ano que vem, Badi Assad voltará a morar em São Paulo, onde provavelmente não há de faltar espaço para que ela encante o público com sua musicalidade.

Batizada como Mariângela Assad Simão, nasceu em 1966, na cidade de São João da Boa Vista (SP), mudando em seguida para o Rio de Janeiro, onde ficou até os 12 anos.

Seu pai Jorge, descendente de libaneses, decidiu mudar-se com a família para o Rio em 1969, para proporcionar aos irmãos de Badi, Sérgio e Odair Assad, aulas de violão clássico com a professora argentina Monina Távora, pupila de Andrés Segovia.

Em meados dos anos 80, já como Duo Assad, seus irmãos ganharam reconhecimento e projeção internacional.

Badi seguindo os passos dos irmãos, iniciou seus estudos de violão aos 14 anos, após uma iniciação musical no piano.

Já aos 15 anos, dividiu o primeiro lugar como melhor violonista, ao lado de Fábio Zanon, no “Concurso Jovens Instrumentistas’, Rio de Janeiro.

Quando completou 19 anos, ganhou o prêmio de melhor violonista Brasileira no ‘Concurso Internacional Villa-Lobos’ no Rio de Janeiro.

Badi foi escolhida no ano seguinte como a única violonista para representar o Brasil no ‘Concurso Internacional de Viña Del Mar’, no Chile.

Badi Assad estudou música na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Em 1989, gravou seu primeiro álbum, Dança dos Tons, lançado somente no Brasil na época, posteriormente reeditado em CD em 2003, lançado internacionalmente com quatro faixas bônus, rebatizado de Dança das Ondas.

Em seguida, Badi iniciou experimentações vocais, produzindo sons de percussão com a boca, que aliados a sua performance ao violão, caracterizam suas gravações posteriores. (Wikipédia em português)

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