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Davos recebe o mundo

Participantes do WEF 2004 conversam durante pausa para o café. WEF

Fórum Econômico Mundial abre hoje suas portas. Mais uma vez estação de esqui se transforma em palco de encontros discretos e manifestações públicas.

Governo suíço será representado por cinco ministros. Discurso de abertura será realizado por Deiss, ministro da Economia e atual presidente da Confederação Helvética.

Hoje é um dia importante para os habitantes de Davos. Nenhum balneário ou estância no mundo pode se glorificar de receber, em poucos dias, uma quantidade tão grande de personalidades internacionais.

Até políticos suíços, mais acostumados a debater problemas regionais durante o ano, aproveitam o palco iluminado pela imprensa estrangeira para dar a sua opinião durante o Fórum Econômico Mundial (WEF). Cinco ministros, de um gabinete de sete que governam o país, estarão em Davos.

Dentre eles, uma já pode contar pontos: Micheline Calmy-Rey, ministra das Relações Exteriores que, na terça-feira à noite em Berna, encontrou-se com seu colega de pasta, o inglês Jack Straw. Os dois discutiram sobre a Iniciativa de Genebra, considerada pela Inglaterra como uma complementação útil para o “Road Map”, o plano de paz entre israelenses e palestinos elaborado pelos EUA.

“A Iniciativa de Genebra pode contribuir para a obtenção do apoio popular e retomada das negociações de paz no Oriente Médio”, declaram Calmy-Rey e Straw na terça-feira. “A solução para o conflito entre as duas parte deve, porém, sair do Road Map”.

Outros que irão aproveitar Davos para discutir discretamente os problemas do passado serão Joseph Deiss, ministro suíço da Economia e atual presidente da Confederação Helvética e Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia.

O relacionamento entre os dois países se esfriou depois que, em dezembro, a Câmara de Deputados suíça reconheceu o genocídio de armênios provocado por tropas turcas em 1915. Também em setembro do ano passado, as autoridades turcas “desconvidaram” Micheline Calmy-Rey, depois que um parlamento cantonal havia reconhecido o assassinato em massa e também pelas declarações da ministra das Relações Exteriores, confirmando sua ida à parte curda da Turquia durante a viagem oficial.

Empresários

Além de políticos de várias cores, empresários serão também as personalidades mais vistas durante o Fórum Econômico Mundial, entre 21 e 25 de janeiro.

Pesos-pesados da economia suíça como Walter Kielholz, presidente do conselho de administração do Credit Suisse; Daniel Vasella, presidente da Novartis e Peter Brabeck, presidente da Nestlé, estarão discutindo com outros 2.100 representantes do capital que estarão em Davos.

Prometedora será também a presença de Dick Cheney, vice-presidente dos Estados Unidos, que vem acompanhado de Paul Ashcroft, ministro da Justiça. Provavelmente eles irão se encontrar com Kofi Annan e discutir problemas ligados aos conflitos no Oriente Médio. Para reforçar o time, já estão confirmadas as presenças de Jaap de Hoop, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Dominique de Villepin, ministro das Relações Exteriores da França, seu colega de pasta Jack Straw, além de Pervez Musharar, presidente do Paquistão.

O desafio da segurança

A presença de várias personalidades internacionais cobra o seu preço no trabalho de assegurar que nada aconteça em Davos durante o Fórum Econômico Mundial. Essa tarefa está relegada às polícias locais e ao exército suíço.

Mais de 4.700 soldados estarão controlando a região e a cidade de Davos. Também o espaço aéreo já está proibido para qualquer aeronave não identificada. Aviões militares tem a autorização de derrubar qualquer aeronave estranha. O medo de um atentado como em Nova Iorque está presente.

Paralelamente também são aguardadas diversas manifestações, como ocorreram no ano passado. No ano passado, a polícia chegou a se confrontar com jovens encapuzados tanto em Davos, como também em Zurique e Berna.

O custo total da segurança durante o evento ultrapassa os 30 milhões de francos (US$ 24 milhões), financiados pelos governos local e federal.

Do Iraque à China

O programa para os participantes do WEF está apertado em 2004. Cerca 257 eventos estão programados. Dentre outros, eles irão discutir temas como “A China é uma mina de ouro ou campo minado para investidores estrangeiros?” ou “Vergonha como instrumento da política”.

Os organizadores do WEF esperam também poder contribuir com as rodadas de negociação comercial de Doha. Já existem mesmo especulações da realização de um possível encontro internacional paralelo. A Suíça já convidou 30 países, sendo que 20 já confirmaram sua presença, como confirma um porta-voz do ministro Joseph Deiss.

Do encontro promovido pelo governo suíço, participariam também Supachai Panitchpakdi, diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC).

swissinfo com agências

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