Debate sobre ONU envolve potência americana
Não é mais a esquerda mas a direita nacionalista que critica a onipotência americana como argumento para não aderir à ONU. A esquerda responde que é preciso entrar para fazer alianças e conter o predomínio dos Estados Unidos.
Tio Sam é o convidado-surpresa da campanha política suíça. Os eleitores vão votar, dia 3 de março, se a Suíça adere ou não às Nações Unidas.
Até embargo ao Iraque
Curiosamente, o papel dominador dos Estados Unidos está sendo mais criticado pela direita nacionalista, que é contra a adesão, do que pela esquerda.
No último debate na televisão suíça de língua alemã, o deputado federal Christoph Blocher, líder nacionalista e adversário ferrenho da adesão, denunciou o boicote da ONU, “que esfomeia os povos”. Mesmo sem dizê-lo claramente, o deputado referia-se ao embargo ao Iraque.
Face a ele, o ministro das Relações Exteriores, Joseph Deiss, parecia não acreditar no que houvia. O governo defende a adesão e tem a mesma argumentação da esquerda: é melhor estar dentro que fora, participar das negociações, ter direito de voto e não apenas estatuto de observador como atualmente.
Desconfiança dos EUA
Cristoph Mörgeli, outro deputado colega de Blocher no partido nacionalista UDC, explicou ao jornal Le Temps que “os suíços se tornaram desconfiados dos EUA, depois que sentiram o rolo compressor na campanha das contas inativas em bancos suíços das vítimas do nazismo”. Os nacionalistas acham que a imagem do país foi deliberamente denegrida nesse episódio.
O socialista Andreas Gross afirma que “o profundo desconhecimento da política internacional impede o governo de ter uma posição ofensiva e construtiva”. Defensor convicto da adesão à ONU, ele confia na vitória e afirma que “ela vai mudar a vida parlamentar porque os temais internacionais serão mais presentes”.
swissinfo com agências
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