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Esses três jornalistas fugiram do seu país devido à sua profissão

Homem e policiais no fundo
Uma jornalista protege a boca com um pano devido ao gás lacrimogênio lançado por policiais em Hong Kong. Reuters / Kim Kyung Hoon

A liberdade de imprensa é um pré-requisito para a formação da livre opinião e, portanto, para uma democracia funcional. Porém não existe em todos os lugares. A SWI swissinfo.ch entrevistou três jornalistas estrangeiros que buscaram na Suíça proteção por estarem sendo perseguidos nos seus países de origem.

Ataques à liberdade de imprensa fazem parte dos temas que serão debatidos no Festival de Jornalismo de BernaLink externo, do qual a swissinfo.ch é parceiro da mídia. Pouco antes entrevistamos três jornalistas que viveram na própria pele o que significa não ter liberdade de expressão.

Tristeza e raiva

Um deles é Sergio Camilo, originário da Colômbia. Depois de ser ameaçado de morte – não só por telefone ou e-mail, mas também pessoalmente – decidiu fugir. Em 2018 pediu asilo político à Suíça. Ainda hoje aguarda uma decisão das autoridades e, por isso, ainda não pode trabalhar. 

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O jornalista Firas Shamsan abandonou o Iêmen para salvar a própria vida e buscou refúgio na Malásia. Como parte do programa “Escritores no Exílio” foi convidado a viver na Suíça, onde trabalha e publica seus artigos com apoio de uma bolsa. 

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O Iêmen está nas últimas posições do ranking da liberdade de imprensaLink externo no mundo segundo a ong “Repórteres sem Fronteiras” (168º lugar entre 180 países).

Jornalista na clandestinidade

Lachin Mamishov vem do Azerbaijão e também sofreu várias tentativas de morte após investigar o conflito na região do Cáucaso nos anos 1990. Por medo de ser preso, emigrou para a Geórgia. Em 2015 pediu asilo político à Suíça, onde hoje trabalha como blogueiro e documentarista. Mamishov afirma que os jornalistas independentes no Azerbaijão só podem trabalhar na clandestinidade.
 

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Chineses silenciam

A swissinfo.ch gostaria de ter entrevistado um jornalista chinês, mas nenhum concordou em falar. “É muito arriscado” debater abertamente a questão da liberdade de imprensa na China. Jornalistas temem não apenas a repressão contra si, mas também contra a própria família.

Mesmo a swissinfo.ch experimenta diretamente a censura. O site em chinês está praticamente bloqueado na China. A representação diplomática do país justifica o problema como “dificuldades técnicas”.

O jornalista chinês Wu Qi participa do debate sobre a liberdade de imprensa Link externodurante o Festival de Jornalismo de Berna. Os ouvintes aguardam com ansiedade para escutar seus relatos. A SWI swissinfo.ch transmite o painel de discussão ao vivo no sábado, 31 de agosto, a partir de 13:15 (hora local.

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A liberdade de imprensa na Suíça é considerada muito boa pelos padrões internacionais. Ela é protegida pela ConstituiçãoLink externo. No rankingLink externo da ong “Repórteres sem Fronteiras”, o país ocupa a sexta posição entre 180 países. Um dos poucos pontos criticados é a interpretação restritiva, por parte do governo, do direito à transparência de documentos internos da administração pública.

Adaptação: Alexander Thoele

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SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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