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Denunciada "discrição" suíça com o apartheid.

Suiça-Africa do Sul: grafico swissinfo.ch

Estudo estima que as autoridades suíças demonstraram "falta de coragem" em relação ao regime de apartheid (segregação racial) na África do Sul. Constata recusa de participar de embargo internacional e ainda venda de armas à Pretoria...

Este conteúdo foi publicado em 12. dezembro 2000

A "diplomacia discreta" praticada pela Suíça, de que fala Pierre Aubert, ministro suíço das Relações Exteriores na época do apartheid - regime racista de desenvolvimento separado - não convenceu os autores do estudo do "Grupo de Pesquisa Suíça-África do Sul" que acaba de ser publicado.

Coordenado pelo Solifonds (Fundo de Solidariedade para a Liberação Social no Terceiro Mundo), apoiado pelo Partido Socialista Suíço e pela União Sindical Suíça (maior central sindical do país), o estudo reúne depoimentos de testemunhos da época, em particular pessoas ligadas a igrejas e meios anti-apartheid.

Os autores do estudo denunciam vários casos em que considera condenável a atitude de prudente reserva mostrado pelas autoridades suíças, entre outros:

- funerais em 1985 das vítimas de banho de sangue nos redutos negros (townships) de Mamelodi e de Alexandra;
- o caso do pastor Simon Farisani, torturado nos anos 80 no "homeland" (território negro) de Venda.

Denunciam também desrespeito a embargo da ONU sobre vendas de armamentos. Constata que a Suíça vendeu em 1994 (último ano do apartheid) 60 aviões Pilatus PC-7. Como justificativa, o governo suíço disse que os aparelhos foram modificados no sentido de evitar utilização para fins militares...

O estudo limita-se porém à política econômica exterior da Suíça no período do regime sul-africano de discriminação racial. O grupo encarregado do trabalho retruca que o objetivo não foi emitir julgamento definitivo sobre a política suíça no tempo do apartheid. Foi sim, de apontar lacunas na pesquisa sobre o assunto e realçar temas que precisam ser aprofundados.

A registrar que o grupo foi criado depois de recusa de iniciativa parlamentar socialista em 1999 pedindo comissão de especialistas para analisar as relações entre Suíça e África do Sul, entre 1948 e 1994.

Em maio, o governo suíço encarregou o Fundo Nacional de Pesquisa Científica de analisar as relações entre a Suíça e a África do Sul. Orçamento de 2 milhões de francos - 1.17 milhão de dólares - foi consagrado a esse fim. As pesquisas devem durar 3 anos.

swissinfo com agências.

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