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Deputados franceses retomam debate sobre passaporte de vacinação

Ministro da Saúde da França, Olivier Veran, fala na Assembleia Nacional, em Paris, em 3 de janeiro de 2022 afp_tickers

Os deputados franceses retomaram nesta terça-feira (4) o debate para a criação do passaporte de vacinação, interrompido na véspera apesar dos esforços do governo do presidente Emmanuel Macron, no momento em que o país registra um novo recorde de 300 mil casos diários de covid-19.

“Todas as condições estão dadas para termos um debate calmo”, disse o presidente da sessão, Marc Le Fur (do partido conservador Os Republicanos), em uma sala cheia, após as acaloradas discussões da noite anterior entre o partido no poder e a oposição.

A Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados) discute a obtenção de passaporte completo de vacinação para a entrada em eventos, restaurantes ou para viajar em trens intermunicipais. O atual passaporte sanitário inclui a possibilidade de apresentar teste negativo para covid-19 ou ter superado recentemente a doença.

Mas quando o governo pediu aos deputados que continuassem debatendo o projeto depois da meia-noite, para garantir que a lei pudesse ser aprovada nesta semana, o partido de oposição republicano, junto com a extrema direita e a esquerda radical, decidiram suspender a sessão.

A decisão colocou o partido de Macron, A República em Marcha (LREM), numa posição delicada: como não teve todos os seus deputados no hemiciclo durante a votação, apesar de ser maioria no Parlamento, a iniciativa da oposição avançou e o debate foi suspenso.

A imprensa francesa apontou que a decisão surpresa de LR, que apoiou a maior parte da legislação, é uma indicação da crescente tensão política antes das eleições presidenciais de abril, nas quais Macron está emergindo como candidato à reeleição.

O porta-voz do governo, Gabriel Attal, destacou que, com esta manobra, a oposição pretende “estragar o calendário” para a implementação do passaporte de vacinação por razões puramente políticas.

“Faremos tudo o possível para cumprir o cronograma definido”, disse o porta-voz à rádio France Inter. O governo quer que a lei seja aprovada até 15 de janeiro.

O evento expôs as fraquezas do LREM, um partido que não conseguiu construir uma base sólida desde a ascensão meteórica de Macron à presidência em 2017.

As autoridades de saúde francesas registraram quase 300.000 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um novo recorde.

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