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Dia da Floresta reabre controvérsia

Dois terços das florestas já teriam desaparecido Keystone Archive

Por ocasião do Dia Internacional da Floresta, 21/3, é lembrado o perigo do desmatamento indiscriminado nos trópicos, quando não ilegal e selvagem...

Na luta pela defesa das florestas, os ecologistas têm muito trabalho pela frente, se é verdade que a cada segundo, o desmatamento corresponde ao tamanho de um campo de futebol.

Na Suíça, a Divisão Federal do Meio Ambiente avalia que 9,4 milhões de hectares desaparecem por ano. (As cifras da FAO – programa da ONU para alimentação e agricultura – são bem mais elevadas). E segundo organizações ecológicas já foram destruídos dois terços das florestas do mundo.

Segundo estudo recente realizado pelo governo brasileiro, 80% dos cortes de madeira na bacia amazônica são ilegais.

Alerta

Cientistas, intelectuais, artistas e ambientalistas de modo geral se mobilizam há anos pela defesa das florestas, principalmente as tropicais. Alertam para a necessidade de proteger a biodiversidade, o papel das florestas para a saúde do homem e as conseqüências do desmatamento indiscriminado para o clima.

Esbarram, no entanto, em interesses políticos e, sobretudo, econômicos. E, além disso, países tropicais, como o Brasil, não conseguem controlar vastas extensões de matas em que prática de cortes ilegais de árvores é freqüente e em que incêndios podem ser até criminosos.

O comércio de madeiras é rendoso, e países ricos que criticam o desmatamento são os primeiros a comprarem madeiras que se revela de melhor qualidade que as dos países frios.

O negociante suíço no setor, Denis Bourquin, admite: “Não podemos dispensar madeiras tropicais. Principalmente para acabamentos interiores, esses materiais são garantia de melhor durabilidade”. O industrial suíço reconhece que mesmo sendo mais cara, a madeira tropical é mais rentável.

WWF na trincheira

Negociantes que se preocupam com certificados de origem do produto encontram dificuldade em evitar aquisição de madeira de proveniência ilegal. Até porque os certificados de origem têm proliferado. O próprio Bourqui diz não saber “em que norma confiar”.

Já Damien Oetlli, chefe da Campanha Floresta do WWF Suíço (WWF = Fundo Mundial para a Proteção da Natureza), admite haver muitas marcas no mercado. “Mas, diz ele, nenhum oferece tantas garantias quanto o FSC” – Forest Stewardship Council – certificado do Conselho Internacional de Gestão Florestal.

Criado pelo WWF em 1993 por ONGs preocupadas com o meio ambiente e povos autóctones, o FSC apresenta-se como caução de uma exploração florestal duradoura que respeita o homem e a natureza.

Denúncia

Segundo o WWF, o FSC é a marca mais confiável, permitindo controle da origem da madeira, da exploração florestal à sua transformação.

A esse respeito, a organização ambientalista Greenpeace denunciava, há poucos dias, empresa suíça Brunneg SA – maior fabricante de portas do País – acusando-a de adquirir madeira de origem não certificada.

Em réplica, Brunneg fala de guerra econômico-política e acusa organizações ecologistas de tentativa de impor o FSC. Afirma que importa madeira em que está estampado outro certificado, o da Fundação Keurthout, reconhecida pelo governo da Holanda.

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