Perspectivas suíças em 10 idiomas

Duas companhias aéreas estão proibidas na Suíça

Um boeing da companhia Flash Airlines caiu no Egito, em janeiro de 2004. Keystone

Depois da França e a Bélgica no início da semana, a Suíça divulgou quinta-feira os nomes de duas companhias aéreas interditadas de voar no país.

Trata-se da egípcia Flash Airlines e da armênia Air Van Airlines mas a lista será atualizada constantemente.

Duas companhias aéreas – a egípcia Flash Airlines e a armênia Air Van Airlines -estão atualmente proibidas de voar na Suíça. O anúnciou foi feito quinta-feira pela Secretaria Federal de Aviação Civil (OFAC).

As duas empresas estão interditadas de pouso “em razão de problemas de segurança sistemáticos”, precisou a OFAC, acrescentando que essa lista será constantemente atualizada. Se uma companhia proibida de vôo provar que corrigiu os defeitos constatados, seu nome será retirado da lista.

Tecnicamente, a companhias quer pretendem operar na Suíça devem obter uma autorização prévia que só é dada se forem cumpridas as normas técnicas e operacionais reconhecidas internacionalmente.

200 controles de surpresa

A lista das indesejadas é fundada em 200 controles de surpresa realizados em 2004, segundo o programa de avaliação da segurança de aeronaves estrangeiras (SAFA).

Esses controles podem ser feitos em todo avião que pousa em solo suíço e existem desde 1996.

As informações obtidas nessas inspeções colocadas à disposição de outros países membros da Conferência Européia da Aviação Civil, explica Mireille Fleury, porta-voz da OFAC. A idéia é criar um banco de dados comum.

Por outro lado, a OFAC controla de maneira ainda mais meticulosa as 37 companhias aéreas que tem sede social na Suíça.

Para elas, os controles técnicos podem chegar até a “desossar” a aeronave e controlar inclusive a viabilidade econômica da empresa, afirma Mireille Fleury.

De acordo com ela, a publicação dessa lista pela primeira vez pela Suíça foi uma “decisão política”, devido a pressão suscitada pela recente série de acidentes aéreos, principalmente os da Grécia e Venezuela.

Pressão da Suíça

A publicação da lista de empresas interditadas foi unanimemente saudada como um paço na boa direção, embora as associações de defesa dos consumidores e as agências de viagens reivindiquem uma solução internacional.

Para a Federação Romanda de Consumidores (FRC), essa lista “parcial” ainda é muito limitada. As agências de viagem também defendem uma solução internacional.

Limitada às companhias aéreas que operam na Suíça, a lista publicada quinta-feira pela OFAC não acrescenta muito ao que já existia, constata Walter Kunz, diretor da Federação Suíça das Agências de Viagem.

A competência da OFAC limita-se às inspeções feitas em território suíço, acrescenta Kunz. Ele afirma que seus clientes querem saber da fiabilidade das companhias aéreas que fazem vôos internos, no estrangeiro.

Por isso a Suíça decidiu pressionar para que seja estabelecida uma lista européia das companhias interditadas de vôo. Segundo o diretor da OFAC, Raymond Cron, essa lista poderá ser feita em 2006.

Sob iniciativa da Suíça, na semana passada foi adotado um plano de ação nesse sentido pela Conferência Européia da Aviação Civil (CEAC), que tem 42 países membros.

O próprio Raymond Cron acaba de ser eleito responsável pelas questões de segurança, dentro dessa organização.

Problema não resolvido

As listas de empresas aéreas interditadas (publicada também pela Grã-Bretanha e pelos Estados Unidos) não resolver o verdadeiro problema, afirma o especialista Pierre Condom. A razão é que elas não podem forçar as companhias a respeitarem a regulamentação internacional.

As normas foram estabelecidas pela Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), mas cada país membro é que deve aplicá-las. Alguns não querem fazê-lo por falta de dinheiro ou de vontade política, explica o diretor da revista “Interávia”, especializada em aviação.

A OACI começou a ouvir os departamentos de aviação civil de seus 188 membros e já constatou maus resultados em cerca de 30 casos.

Mas, por razões políticas, ela não divulgou o relatório completo. “Vários Estados membros, a começar pelos Estados Unidos, se opuseram”, afirma Pierre Condom.

Os problemas da aviação são freqüentemente menores, comparados aos interesses econômicos em jogo, comenta o especialista. Ele diz que não é por acaso “que nenhuma companhia podre da África do Oeste foi incluída na lista francesa”.

Segundo Pierre Condom, “uma centena de companhias aéreas são pouco seguras no mundo inteiro, se forem incluídas as pequenas”.

Mesmo se as listas fossem mais completas “não adiantaria muito”. As companhias foram interditadas em razão de falhas constatadas pontualmente e esses problemas podem ter sido corridos depois disso.

swissinfo com agências

Lista suíça:
Flash Airlines (Egypte)
Air Van Airlines (Arménie)

Lista francesa:
Air Koryo (Corée du nord)
Air Saint-Thomas (Etats-Unis)
International Air Service (Liberia)
Lineas AER de Mozambique (Mozambique)
Phuket Airlines (Thaïlande).

Lista belga:
Africa Lines (République centrafricaine)
Air Memphis (Egypte)
Air Van Airlines (Arménie)
Central Air Express (République démocratique du Congo)
ICTTPW (Libye)
International Air Tours Limited (Nigeria)
Johnsons Air Limited (Ghana)
Silverback Cargo Freighters (Rwanda)
South Airlines (Ukraine).

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR